São Paulo, quarta-feira, 30 de novembro de 2005

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MERCADO ABERTO

PIB do 4º tri pode frustrar governo

Mesmo que se recupere em novembro e dezembro, o PIB do quarto trimestre pode ser responsável por um novo susto no governo. Os dados até o momento indicam que a economia continuou enfraquecida em outubro, e não há sinais de recuperação em novembro. "A recuperação mais forte da economia deve ficar mesmo para o primeiro trimestre de 2006", diz Fábio Giambiagi, economista do Ipea.
O fato é que a indústria e a agropecuária ainda não mostraram sinais de recuperação em outubro tampouco no mês seguinte. Diante desses sinais, a aposta do Banco Central de que o PIB iria crescer cerca de 1% no quarto trimestre pode não se concretizar, o que comprometeria de vez a previsão do governo de uma expansão do PIB na faixa de 3% neste ano.
Para o economista Nilson Teixeira, do Credit Suisse First Boston, se o PIB de julho a setembro tiver sofrido uma queda superior a 0,5% e o resultado do quarto trimestre for inferior a 1%, a economia voltará a crescer num ritmo abaixo de 2,5%, marca registrada das décadas de 80 e 90.
De acordo com os cálculos do CSFB, o desempenho da indústria foi o principal motivo para a retração do PIB no terceiro trimestre. Segundo o banco, a indústria caiu 2% em comparação ao segundo trimestre. O destaque negativo teria sido a queda de 4,4% na produção de bens duráveis nesse período.
Entre os economistas, a grande preocupação é a repercussão na sociedade do PIB do terceiro trimestre. A tendência natural será a de responsabilizar a política monetária austera do Banco Central, mas que, não se pode negar, deu resultados no combate à inflação. O índice deve cair de 7,6% em 2004 para algo como 5,7% neste ano.

HOMENAGEM
Enquanto Paulo Skaf (Fiesp) se encontra num momento de baixa na Fazenda após duros ataques à política econômica de Antonio Palocci, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (Firjan, à esq.) sai em defesa do ministro e preparou a ele uma megahomenagem amanhã, no Rio, com cerca de 400 empresários. Ele quer demonstrar apoio principalmente à política de estabilidade da moeda. "O objetivo é apoiar o símbolo desse programa."

PREVENÇÃO
Líder no Brasil em gestão de benefícios de medicamentos, a Vidalink acaba de se associar à americana Caremark, o que lhe proporcionará acesso ao conhecimento do grupo dos EUA, um dos maiores de seu país no segmento, além de aporte de capital e ganhos de sinergia. "As empresas começam a entender que não adianta só um plano de saúde e que é necessário também a gestão e a oferta do medicamento", diz Luís González, diretor-executivo da Vidalink, em referência ao interesse de estrangeiros pelo mercado crescente. A estratégia, diz, passa pela redução de gastos com os planos por meio de ações preventivas e direcionadas que se tornam possíveis a partir da análise dos remédios consumidos.

TRAJE COMPLETO
Há cerca de um ano no mercado de licenciamento com produtos da boneca Polly -a segunda mais vendida no mundo-, a operação brasileira da Mattel comemora os resultados de linhas recém-lançadas e já negocia com gigantes como a Nestlé novidades para o próximo ano. No Brasil, que é o quarto maior mercado da miniboneca no mundo, a Mattel acaba de lançar em parceria com a Renner uma linha de roupas e acessórios para meninas de 2 a 12 anos, cujos resultados iniciais têm sido "excelentes", diz Érica Giacomelli, gerente-sênior de licenciamento da empresa americana no país. Segundo ela, depois do lançamento dos primeiros produtos licenciados -bolsas, malas e mochilas e material escolar-, a matriz dispensou a unidade brasileira da necessidade de aprovar as novas linhas em Los Angeles, como de praxe. "Ganhamos em agilidade e temos maior liberdade para desenvolvermos produtos que sejam adequados ao mercado brasileiro."

RESPONSABILIDADE
Ruth Cardoso, Lu Alckmin e Evelyn Ioschpe estão entre os homenageados da terceira edição do Prêmio BNP Paribas de Cidadania, que será entregue amanhã, em São Paulo. Bernard Mencier, presidente do BNP no Brasil, fará a entrega do prêmio.

NOVO SEGMENTO
A Tegma, empresa de logística automobilística, anuncia em breve a entrada em um novo segmento. A empresa vai investir R$ 3 milhões no desenvolvimento do novo negócio. A Tegma é controlada pela Coimex.

FRATERNIDADE
Os resultados do Ano do Brasil na França foram excelentes, disse André Midani, comissário-geral do evento, em jantar com mais de 300 empresários da CCFB (câmara de comércio dos dois países). Foi tão bom, segundo ele, que os dois governos já estão em vias de anunciar que, em 2008, será a vez de os brasileiros receberem os franceses para a promoção de eventos econômicos e culturais. Quem confirmou as informações, no mesmo jantar, foi o ministro Furlan (Desenvolvimento), com o embaixador da França, Jean de Gliniasty, e Michel Durand Mura (CCFB).

ELEVAÇÃO
A Standard & Poor's elevou para "BB+" o "rating" de crédito corporativo da Ultrapar, em moeda estrangeira e local. A classificação da distribuidora de GLP está acima do "rating" do Brasil e abaixo só de Vale, Petrobras, Votorantim e Aracruz.

FUTURO EM DEBATE
O ex-ministro Ozires Silva comanda uma mesa de debates, no dia 5, na Fecomercio SP, sobre os rumos da economia e do empresariado a partir de 2006. Abram Szajman, presidente da entidade, também compõe a mesa.

SEM CONTATO
O senador Rodolpho Tourinho (PFL), autor de um projeto, apresentado em junho, de marco regulatório para o gás, desconhece os contatos que o governo diz manter com ele por conta de uma proposta para o mesmo setor, elaborada pelo Ministério de Minas e Energia. O projeto do governo ainda será apresentado ao Conselho Nacional de Política Energética, para depois ser debatido com o setor privado. Tourinho tem mostrado seu projeto a grupos e entidades da área há quase seis meses. No dia 7, estará em São Paulo para falar da proposta no 5º Fórum de Energia.


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