São Paulo, sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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Bolsas brasileiras dão o 1º passo para novos negócios

Após abrirem capital, Bovespa e BM&F podem se associar ou partir para fusões no exterior

Com cerca de R$ 1,4 bi em caixa, Bovespa Holding informa que "não há nada planejado", mas "está aberta" a oportunidades

DA REPORTAGEM LOCAL

Concluídos os processos de abertura de capital da Bovespa e da BM&F, ficam abertos os caminhos para a consolidação internacional de ambas as Bolsas. Até então, mesmo sendo alvo de interesse, qualquer negociação nem sequer poderia ser iniciada porque as Bolsas brasileiras ainda eram instituições sem fins lucrativos -na prática, um clube fechado em que apenas podiam negociar as corretoras de valores sócias.
Há dois caminhos apontados por analistas para a consolidação das Bolsas: um seria a associação entre a Bovespa e BM&F, conforme chegou a ser falado no passado, e a outra seriam fusões internacionais.
Para Ricardo Amorim, diretor do WestLB, Bovespa e BM&F não só podem ser alvo de aquisição no futuro como também podem comprar Bolsas e instituições em outros países. "Há uma possibilidade grande [de consolidação]. Bovespa e BM&F são duas Bolsas importantes no panorama internacional. O minoritário também sairia beneficiado com a consolidação porque teria sua participação valorizada", disse.
Atenta ao potencial de consolidação das Bolsas brasileiras, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) editou há um mês uma instrução que estabeleceu um teto de 15% para a participação que um investidor pode ter no capital da Bovespa ou da BM&F.
Essas limitações impedem que instituições alheias ao mercado, como Bolsas estrangeiras que comprem participações nas brasileiras, imponham-se no setor.
No caso da Bovespa, apenas um investidor conta no momento com uma participação superior a 5%.
Sobre a possibilidade de a Bovespa Holding participar de fusões ou aquisições nesse momento, Gilberto Mifano, diretor-geral da nova companhia, diz que "não há nada na mira, não há nada planejado".
"Mas estamos abertos a toda e qualquer oportunidade que se apresentar. Temos caixa suficiente para fazer aquisições. Mas não faremos aquisições que não façam sentido para nossas estratégias", diz Mifano.
Segundo o executivo, a Bovespa Holding conta com cerca de R$ 1,4 bilhão livre em caixa. São recursos que estão no momento "investidos de forma conservadora". Esses recursos foram acumulados antes de a Bovespa abrir seu capital.
(FABRICIO VIEIRA E TONI SCIARRETTA)


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