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Bolsas brasileiras dão o 1º passo para novos negócios
Após abrirem capital, Bovespa e BM&F podem se associar ou partir para fusões no exterior
Com cerca de R$ 1,4 bi em caixa, Bovespa Holding informa que "não há nada planejado", mas "está aberta" a oportunidades
DA REPORTAGEM LOCAL
Concluídos os processos de
abertura de capital da Bovespa
e da BM&F, ficam abertos os
caminhos para a consolidação
internacional de ambas as Bolsas. Até então, mesmo sendo alvo de interesse, qualquer negociação nem sequer poderia ser
iniciada porque as Bolsas brasileiras ainda eram instituições
sem fins lucrativos -na prática, um clube fechado em que
apenas podiam negociar as corretoras de valores sócias.
Há dois caminhos apontados
por analistas para a consolidação das Bolsas: um seria a associação entre a Bovespa e
BM&F, conforme chegou a ser
falado no passado, e a outra seriam fusões internacionais.
Para Ricardo Amorim, diretor do WestLB, Bovespa e
BM&F não só podem ser alvo
de aquisição no futuro como
também podem comprar Bolsas e instituições em outros
países. "Há uma possibilidade
grande [de consolidação]. Bovespa e BM&F são duas Bolsas
importantes no panorama internacional. O minoritário
também sairia beneficiado com
a consolidação porque teria sua
participação valorizada", disse.
Atenta ao potencial de consolidação das Bolsas brasileiras, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) editou há um
mês uma instrução que estabeleceu um teto de 15% para a
participação que um investidor
pode ter no capital da Bovespa
ou da BM&F.
Essas limitações impedem
que instituições alheias ao
mercado, como Bolsas estrangeiras que comprem participações nas brasileiras, imponham-se no setor.
No caso da Bovespa, apenas
um investidor conta no momento com uma participação
superior a 5%.
Sobre a possibilidade de a
Bovespa Holding participar de
fusões ou aquisições nesse momento, Gilberto Mifano, diretor-geral da nova companhia,
diz que "não há nada na mira,
não há nada planejado".
"Mas estamos abertos a toda
e qualquer oportunidade que se
apresentar. Temos caixa suficiente para fazer aquisições.
Mas não faremos aquisições
que não façam sentido para
nossas estratégias", diz Mifano.
Segundo o executivo, a Bovespa Holding conta com cerca
de R$ 1,4 bilhão livre em caixa.
São recursos que estão no momento "investidos de forma
conservadora". Esses recursos
foram acumulados antes de a
Bovespa abrir seu capital.
(FABRICIO VIEIRA E TONI SCIARRETTA)
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