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Bancos esperam fusões para sobreviver
Instituições financeiras devem encolher e sofrer processo semelhante ao que ocorreu no Japão a partir dos anos 1990
Preço de fretes em uma das rotas de maior movimento no mundo cai para nível recorde, antecipando queda
no volume de comércio
DA REPORTAGEM LOCAL
Os maiores bancos do mundo
esperam sofrer nos próximos
anos um forte processo de enxugamento e fusões entre si para sobreviver à atual crise.
Segundo o documento do
IIF, a situação do sistema financeiro nos EUA e nos países
europeus é comparável hoje à
do Japão entre 1990 e 2005.
"O sistema financeiro em vários países deverá sofrer a mesma consolidação e encolhimento ocorrido em um período
de quase 15 anos de estresse
econômico no Japão."
Entre os principais indicadores do trabalho para sustentar
as previsões amplamente negativas de crescimento figura o
preço dos fretes cobrados em
uma das áreas mais movimentadas do mundo em termos de
transportes de carga.
Na região do mar Báltico, que
banha Alemanha, Rússia, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Noruega, Polônia, Estônia, Letônia e Lituânia, os preços dos
fretes em 2008 caíram de um
pico de mais de oito anos para
um patamar próximo ao nível
mais baixo de toda a medição,
iniciada em 1985.
"Em termos de volume, a
queda no comércio mundial
ainda vai levar mais um tempo,
mas ela já é evidente entre os
países asiáticos. Nos EUA, essa
situação deve enfraquecer as
exportações, uma das poucas
áreas que ainda vinham brilhando para os produtores norte-americanos", diz o IIF.
A única boa notícia no atual
cenário internacional, mas que
deriva de uma série de maus resultados, é que a inflação vem
dando trégua nas principais regiões do mundo.
Entre os países da zona do
euro, por exemplo, a inflação
anualizada caiu para o seu nível
mais baixo em quase duas décadas, ao atingir 2,1% neste mês.
O recuo abre espaço para um
novo corte da taxa básica de juros pelo BCE (o banco central
europeu). A expectativa é que o
BCE corte os juros em até 0,75
ponto percentual (para 2,5% ao
ano) em sua próxima reunião,
nesta quinta-feira.
Na Europa, a Alemanha já está em recessão, a primeira no
país em cinco anos.
Nos EUA, o juro básico está
em 1% ao ano e, apesar de vários pacotes bilionários para
tentar aumentar a oferta de
crédito no mercado, os bancos
locais continuam limitando
fortemente a oferta de dinheiro
a empresas e consumidores.
A expectativa nos EUA é de
mais um corte de 0,5 ponto percentual nos juros em dezembro, e que a taxa básica permaneça em 0,5% (ou em zero) ao
longo de 2009 inteiro.
Em outubro, os pedidos das
lojas por bens e mercadorias de
maior valor despencaram 6,2%.
As projeções para novembro e
dezembro são agora de quedas
superiores a 9%.
Já o desemprego nos EUA,
que saltou de 6,2% para 6,5%
entre setembro e outubro, poderá atingir entre 8,5% e 9% até
o fim do ano que vem, segundo
as estimativas de vários bancos
e consultorias.
Mas, mesmo com a inflação e
o consumo em queda, alguns
países estão sendo obrigados a
ir na contramão de políticas para incentivar suas economias.
A Rússia, por exemplo, acaba
de elevar de 12% para 13% os juros internos para tentar atrair
dólares para dentro do país e
conter a desvalorização do rublo. A moeda russa perdeu 16%
do valor desde agosto.
(FCZ)
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