São Paulo, domingo, 30 de novembro de 2008

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Proposta de comitê pode trazer conseqüências para o Brasil DO COLUNISTA DA FOLHA

A proposta de orçamento de carbono que o Comitê de Mudança Climática (CCC) britânico apresentará amanhã ao governo Brown terá conseqüências para o Brasil. Uma das atribuições da comissão independente é estipular o peso dos biocombustíveis na descarbonização da economia do país.
A expectativa é que o CCC recomende teto de 20% para biocombustíveis, até 2020. Aí estaria incluído o álcool que o Reino Unido importa do Brasil.
No futuro, isso dependerá do cumprimento de padrões socioambientais, alerta Joan Ruddock, secretária-executiva do recém-criado Ministério da Energia e Mudança Climática.
E não será para sempre: "Pensamos que os biocombustíveis têm um papel útil no curto e no médio prazo", diz.
David Kennedy, da CCC, também acentua esse papel transitório dos biocombustíveis. Pelo menos os de primeira geração, como o álcool de cana e milho, e de segunda geração, como o celulósico, de resíduos agrícolas, que seria parte importante do esforço de redução de emissões daqui a 15 anos.
As plantas usadas como matéria-prima do álcool contribuem menos para o aquecimento global porque, ao crescer, retiram CO2 da atmosfera. Depois mais carbono será emitido na queima do combustível, mas o saldo pode ser muito favorável, como no caso do álcool de cana comparado à gasolina.
Uma terceira geração, com algas, poderia vir em 40 anos. É a principal esperança para dar solução ao problema hoje inabordável dos combustíveis fósseis e das emissões de carbono na aviação e na navegação.


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