São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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Indústria prevê 4º trimestre mais aquecido

Avaliação positiva das empresas sobre a conjuntura hoje é 13% melhor que a de dezembro de 2005, revela sondagem da FGV

Indústria tem expectativas mais otimistas para os próximos seis meses do que para o curto prazo, segundo apurou pesquisa

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

As expectativas da indústria para os próximos seis meses são mais otimistas do que para o curto prazo, ou seja, os próximos três meses, revela a última sondagem conjuntural da indústria de transformação, que foi divulgada ontem pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Segundo o economista Aloisio Campelo Jr., coordenador do núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, a interpretação a partir dos dados da sondagem, realizada desde outubro de 1966, é que o quarto trimestre deste ano será melhor para a indústria do que o terceiro e pode superar até os primeiros três meses de 2007.
O índice de situação atual mostra que a avaliação positiva das empresas sobre a conjuntura é 13% melhor que a de dezembro de 2005. Além disso, o nível de estoques está mais equilibrado e a utilização da capacidade instalada melhorou.
Principalmente a indústria de bens de capital, que investiu pouco o ano inteiro, melhorou. "Quando olhamos para a avaliação das empresas da situação atual, vemos que está bem acima da do ano passado", afirma.
Já quando se pensa nas expectativas a curto prazo, para o início do ano que vem, os resultados não são tão animadores. Isso ocorre, explica Campelo Jr., por causa do fator sazonal: tradicionalmente o primeiro trimestre do ano é mais fraco. Quando se fala mais no longo prazo, entretanto, as expectativas aumentam. "É natural, com a queda da taxa de juros básica e as expectativas de aumento de investimentos em infra-estrutura", diz o economista. "Além disso, quando se fala de um futuro mais distante, é natural que haja um otimismo maior", completa.
O índice de expectativas para os próximos três meses é 5,7% maior do que o de dezembro de 2005, uma melhora, mas moderada. Já em um prazo mais longo, seis meses, o cenário é mais otimista: 50% das empresas esperam que a situação de seus negócios esteja melhor nesse prazo, e a avaliação que a situação dos negócios estará melhor no final deste prazo cresceu 8,3% ante dezembro do ano passado.

Estoques
Campelo Jr. destaca a situação dos estoques, que em dezembro apareceu como a mais regularizada em muitos meses. Apenas 7% da indústria considera que seus estoques são excessivos, percentual que chegou a 15% ao longo do ano. Na outra ponta, somente 1% das empresas consideram seus estoques insuficientes.
A utilização da capacidade instalada também cresceu. No caso da indústria de bens de capital, que patinou ao longo do ano, o percentual chegou a 84,8% em dezembro, ante 84% em novembro. No último mês do ano passado era de 79,6%.
Já a utilização da indústria de bens de consumo, que foi negativamente afetada pela alta das importações, foi menor que a do ano passado: de 80,9%, ante 83,8% em dezembro de 2005.


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