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Oposição vai ao STF contra MP de fundo
Partidos entram com Adin contra medida que destina recursos extraordinários ao Fundo Soberano
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PSDB, DEM e PPS ingressaram ontem no STF (Supremo
Tribunal Federal) com uma
Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) contra a medida
provisória nº 452, que permite
destinar ao Fundo Soberano do
Brasil mais que os R$ 14,2 bilhões previstos para 2009.
A MP, editada na semana
passada, altera a lei de criação
do fundo, permitindo a emissão
de títulos públicos mobiliários
para compor o seu patrimônio,
o que foi vedado no projeto
aprovado pelo Congresso.
O governo editou a medida
após deputados e senadores desistirem de votar, ao final dos
trabalhos legislativos, o crédito
extraordinário que transferiria
os R$ 14,2 bilhões.
O presidente nacional do
PSDB, senador Sérgio Guerra
(PE), diz que a ação no Supremo tenta barrar a manobra do
Executivo, de achar recursos
contra a vontade da Câmara e
do Senado. Segundo ele, a MP
também vai contra decisão do
STF, que já determinou que
créditos orçamentários não podem ser feitos por MP, exceto
nos casos de "despesas imprevisíveis e urgentes, como as de
guerra, comoção interna ou calamidade pública".
"Com a edição da MP, o governo quer desrespeitar o Supremo. Todo esse movimento é
para passar recursos por fora
do Congresso. E agora, como se
não fosse suficiente, querem
enganar o Supremo."
O presidente nacional do
DEM, deputado Rodrigo Maia
(RJ), diz que a Constituição veda a edição de MP sobre matéria "já disciplinada em projeto
de lei aprovado pelo Congresso
e pendente de sanção ou veto
do presidente da República.
Além de inconstitucional, a MP
é um desrespeito ao Legislativo
e ao Judiciário", disse Maia.
Na ação, os três partidos lembram ainda que a MP não conta
com o requisito de urgência necessário para a sua edição.
"Ora, não há como cogitar, no
caso vertente, sobre urgência,
uma vez que a matéria já era
objeto de projeto de lei aprovado pelo Congresso. Tem-se nisso causa objetiva de exclusão de
urgência à edição de medida
provisória", diz o texto.
A líder do PT no Senado, Ideli
Salvatti (SC), criticou a oposição. Disse que, apesar de respeitar a Adin, ela não tem "razão de ser" e não deve ter a guarida do STF. "Temos uma situação econômica que a oposição
durante toda a manhã, tarde e
noite faz questão de lembrar.
Agora que queremos um mecanismo que permite utilizarmos
a gordurinha restante para tentar contornar a crise, porque
são contra isso? Eles [DEM,
PPS e PSDB] trabalham sempre no caminho contrário."
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