São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2004

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VÔO DA ÁGUIA

Ritmo de expansão cai de 8,2% para 4% no 4º trimestre, mas PIB sobe 3,1% no ano, contra 2,2% em 2002

EUA têm maior crescimento desde 2000

DA REDAÇÃO

O ritmo de crescimento da economia dos Estados Unidos caiu no quarto trimestre do ano passado. A despeito da redução, no entanto, o país registrou em 2003 uma alta do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,1%, a maior desde 2000, quando havia sido de 3,7%. No ano retrasado, a expansão da economia fora de 2,2%.
O PIB alcançou em 2003 o valor recorde de US$ 11,25 trilhões.
De acordo com a primeira estimativa do Departamento de Comércio dos EUA -uma avaliação revisada será divulgada no dia 27 de fevereiro-, o país cresceu a um ritmo anualizado de 4% entre outubro e dezembro.
É menos da metade dos 8,2% que haviam sido alcançados no terceiro trimestre e ficou abaixo das expectativas dos analistas de Wall Street. Um levantamento da agência de notícias Reuters apontava expectativa de alta de 4,8%.
"O quarto trimestre foi forte e muito bom para o fim de ano. Talvez não tão bom como nós imaginávamos, mas ainda mostra que a economia entra em 2004 em um momento significativo", afirmou Mark Zandi, economista-chefe da consultoria Economy.com.
"Esses 4% parecem desapontar quando comparados ao que era consenso e à expansão do terceiro trimestre, mas ainda é uma taxa respeitável", ponderou Lara Rhame, economista-sênior do banco Brown Brothers Harriman.
Embora tenham reagido negativamente à divulgação do dado do quarto trimestre, o mercado se recuperou ao longo do dia. Em Wall Street, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Valores de Nova York, recuou 0,21% e fechou com 10.488,07 pontos. O Nasdaq, que reúne as ações das empresas de alta tecnologia, teve queda de 0,1%, para 2.066,15 pontos.
As exportações, os gastos dos consumidores e as despesas com equipamentos, softwares e residências puxaram o crescimento do PIB no último trimestre.
Embora tenham respondido por mais de dois terços da expansão (70,6%) do ano, com 2,19 pontos percentuais, os gastos dos consumidores tiveram queda na participação em relação ao ano anterior. Em 2002, esse item havia sido responsável por 2,38 pontos percentuais, ou seja, acima até do crescimento total, de 2,2%.
Na comparação entre trimestres, o ritmo de expansão desses gastos também caiu: de 6,9% no terceiro para 2,6% no quarto.
Os investimentos privados, no entanto, apresentaram melhora e confirmaram a tendência de recuperação apresentada em 2002. Depois de cair 8,4% em 2001 e 1,2% no ano seguinte, esse item teve alta de 4,1% em 2003.
Em relação à participação nos 3,1% do ano inteiro, os investimentos privados contribuíram com 0,61 ponto percentual.
Nessa análise, a balança comercial teve peso negativo e "tirou" 0,32 ponto percentual da expansão no ano. Já as despesas do governo, impulsionadas pelo desempenho no segundo trimestre com a Guerra do Iraque, foram responsáveis por 0,63 ponto percentual. O crescimento do item em relação a 2002 foi de 3,4%.
Em comunicado após a divulgação do PIB, o secretário do Tesouro, John Snow, afirmou que os dados mostram que "a recuperação está a caminho. Mas destacou que mais precisa ser feito para aumentar a criação de emprego.
A questão do mercado de trabalho é a mais delicada na área econômica para o governo de George W. Bush. Estima-se que cerca de 2,3 milhões de vagas tenham sido eliminadas desde que ele assumiu a Presidência, em 2001.


Com agências internacionais

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