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MERCADO ABERTO
Bernanke adotará metas, diz Werlang
O novo presidente do Fed (o
BC americano), Ben Bernanke, deverá manter a política de Alan Greenspan
com algum aperfeiçoamento institucional, principalmente no
que se refere à adoção do sistema
de metas de inflação. Os EUA
não adotam esse modelo para a
fixação dos juros.
A opinião é do ex-diretor do
Banco Central Sérgio Werlang,
diretor do Banco Itaú e criador
do sistema de metas de inflação
no Brasil. Para ele, no entanto,
não será tão fácil Bernanke adotar no Fed esse sistema.
Antes, ele terá de convencer o
"board" da instituição, o que pode levar algum tempo. "Ele vai
saber convencer as pessoas do
"board" de que o sistema de metas
é a melhor política", diz Werlang.
Bernanke é defensor do sistema,
a exemplo do adotado no Brasil.
Segundo Werlang, a transparência sempre foi uma das principais características de Bernanke, que chefou o departamento
de economia da Universidade de
Princeton (EUA). Como diretor
do Fed, entre 2002 e 2005, o novo
presidente do BC promoveu algumas mudanças.
Foi por influência dele, por
exemplo, que as atas das reuniões do Fed passaram a ser divulgadas num período de duração menor -antes demoravam
três meses. E foi também por
idéia dele que o BC americano
passou a realizar projeções de inflação de longo prazo.
O mundo, no entanto, ainda
vai demorar um pouco para se
adaptar ao modo de trabalhar de
Bernanke. Após 18 anos à frente
do Fed, o estilo de Alan Greenspan, considerado o maestro da
economia mundial, se tornou
bastante conhecido. Seu esforço
foi sempre no sentido de manter
o índice de preços ao consumidor nos EUA na faixa entre 2% a
3%, sem comprometer o crescimento da economia.
ACORDE EXPORTADOR
Mais um setor a procurar o mercado externo diante da timidez das vendas domésticas, a indústria de instrumentos musicais tem ampliado a participação nas principais feiras do mundo. Uma comitiva de 17 empresas acaba de voltar da Namm
Show, em Los Angeles -há dois anos, não chegava a cinco.
Entre os objetivos, mostrar, por exemplo, que o produto nacional tem qualidade superior ao equivalente chinês, diz Alberto Bertolazzi, presidente da Anafim (associação dos fabricantes do setor). No fim de março, uma comitiva recorde, com
mais de dez empresas, irá à MusikMesse, a maior feira do segmento, em Frankfurt. A expectativa é dobrar o US$ 1,7 milhão
em negócios gerados para as companhias do país em 2005. As
exportações de instrumentos musicais ficaram entre US$ 11 bilhões e US$ 11,5 bilhões em 2005, alta de quase 100%.
PDV NA BrT
A Brasil Telecom dará partida
nos próximos dias a um amplo
plano de demissão voluntária, o
PDV. Nos corredores da empresa, fala-se que o objetivo é cortar
10% do número de funcionários.
O martelo deve ser batido hoje.
OCUPAÇÃO SOBE
A consultoria Jones Lang LaSalle anuncia hoje os resultados do
mercado de escritórios no Rio e
em SP em 2005: a taxa de vacância caiu, e a tendência de melhora deve continuar em 2006.
LAR, DOCE LAR
A Caixa Econômica Federal
voltará a realizar a maratona de
financiamentos "Feirão da Casa
Própria", em abril. O banco espera aplicar R$ 10,3 bilhões em
operações de crédito imobiliário
neste ano. No primeiro feirão de
2005, a Caixa fechou mais de R$
1,4 bilhão em negócios, recebeu
350.608 visitantes e vendeu 5.099
imóveis. De janeiro a setembro,
emprestou cerca de R$ 5 bilhões
para financiamento de casas, valor que passa em 58% os empréstimos de bancos privados.
PEQUENO NO PÓDIO
O modelo Fox, da Volkswagen,
levou a montadora no Brasil a alcançar seu recorde histórico em
exportações no ano passado. No
total, foram comercializados para o exterior, em 2005, 264.509
veículos montados, com receita
de US$ 2,136 bilhões. O crescimento em volume foi de 27% sobre 2004 (208.595 veículos montados). Do total, 102.475 carros
eram do modelo Fox, o campeão
no ranking de exportações. Em
seguida ficou o Gol, com 90.696
unidades vendidas. Os dados são
da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Além da Europa,
os principais mercados externos
da Volks do Brasil foram Argentina, México e Estados Unidos.
LIFTING
A gigante de brinquedos
Mattel anunciou ontem que
fará "mais mudanças dramáticas" em seu principal produto, a boneca Barbie. Segundo o "Financial Times", o presidente da empresa, Robert
Eckert, prometeu as mudanças para 2007, depois que a
companhia registrou queda
no lucro do quarto trimestre
de 2005 puxada pela redução
de vendas da Barbie -que
caíram 11% no mundo e 18%
nos Estados Unidos. Mesmo
assim, a boneca com jeito de
top model continua sendo a
mais vendida no mundo.
OUTRA REALIDADE
A onda de licenciamento de
nomes de artistas, como pintores, músicos e escultores,
resiste no Brasil. Embora Van
Gogh e Picasso emprestem
seus nomes no país, o do escultor brasileiro Victor Brecheret (1894-1955) ainda não
emplacou, diz Wilma Bonfá,
diretora da empresa de licenciamento Cabon. Ela conta
ter adquirido em março de
2005 os direitos para associar
a marca Brecheret e imagens
de obras como o "Monumento às Bandeiras" a artigos de
luxo, após acordo com a filha
do artista, Sandra. Até o início
do ano, não havia produto licenciado. "Temos projetos
para canetas, jóias, relógios e
embarcações, mas parece haver resistência das empresas
daqui, algo que não existe na
Europa", afirma Wilma.
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