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FOCO
Protestos se alastram no Reino Unido após refinaria contratar estrangeiros
DA REDAÇÃO
"Os trabalhadores britânicos primeiro." Com esse slogan, centenas de trabalhadores se mobilizam desde
quarta-feira em uma refinaria em Lincs, na Escócia.
O descontentamento se
devia à contratação de 300
funcionários italianos e portugueses pela empresa Irem,
responsável por obras na refinaria. A opção por mão-de-obra mais barata feriu o brio
dos britânicos, que enfrentam crescente desemprego e
um horizonte econômico
sombrio. Rapidamente, protestos espontâneos começaram a pipocar pelo país, atingindo 19 localidades no Reino Unido.
Menos pela massa mobilizada e mais pelo significado,
os protestos mostraram os
eventuais efeitos políticos
que a crise pode trazer.
Parte dos manifestantes
questiona a livre circulação
de trabalhadores na União
Europeia. Os protestos ganharam o apoio dos ultradireitistas Partido Nacionalista Britânico e Partido da Independência -o último quer
o Reino Unido fora do bloco.
Os piquetes atingiram seis
refinarias na Escócia, quatro
na Inglaterra, duas no País
de Gales e uma na Irlanda do
Norte, além de alguns vilarejos, cada qual com suas centenas de manifestantes.
"Onde está a humanidade
em arruinar o ambiente de
trabalho de uma pessoa, trazendo estrangeiros para
construir uma refinaria?",
gritava um manifestante em
Liverpool.
Os protestos são sobretudo endereçados ao primeiro-ministro Gordon Brown. Em
2007, na convenção dos trabalhistas, ele defendeu "empregos britânicos para trabalhadores britânicos". A crise
trouxe a fatura. Em Davos,
Brown disse que "entende a
preocupação das pessoas".
Celebrado como o "salvador do sistema" há três meses, quando liderou o enfrentamento da tormenta, o
premiê obtém agora baixos
níveis de aprovação e seu governo periga cair antes das
eleições de 2010.
Já são 2 milhões os desempregados no país. Recentemente, o FMI avisou que a
economia britânica irá encolher 2,8% neste ano.
Com agências internacionais
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