São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 2009

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FOCO

Protestos se alastram no Reino Unido após refinaria contratar estrangeiros

DA REDAÇÃO

"Os trabalhadores britânicos primeiro." Com esse slogan, centenas de trabalhadores se mobilizam desde quarta-feira em uma refinaria em Lincs, na Escócia.
O descontentamento se devia à contratação de 300 funcionários italianos e portugueses pela empresa Irem, responsável por obras na refinaria. A opção por mão-de-obra mais barata feriu o brio dos britânicos, que enfrentam crescente desemprego e um horizonte econômico sombrio. Rapidamente, protestos espontâneos começaram a pipocar pelo país, atingindo 19 localidades no Reino Unido.
Menos pela massa mobilizada e mais pelo significado, os protestos mostraram os eventuais efeitos políticos que a crise pode trazer.
Parte dos manifestantes questiona a livre circulação de trabalhadores na União Europeia. Os protestos ganharam o apoio dos ultradireitistas Partido Nacionalista Britânico e Partido da Independência -o último quer o Reino Unido fora do bloco.
Os piquetes atingiram seis refinarias na Escócia, quatro na Inglaterra, duas no País de Gales e uma na Irlanda do Norte, além de alguns vilarejos, cada qual com suas centenas de manifestantes.
"Onde está a humanidade em arruinar o ambiente de trabalho de uma pessoa, trazendo estrangeiros para construir uma refinaria?", gritava um manifestante em Liverpool.
Os protestos são sobretudo endereçados ao primeiro-ministro Gordon Brown. Em 2007, na convenção dos trabalhistas, ele defendeu "empregos britânicos para trabalhadores britânicos". A crise trouxe a fatura. Em Davos, Brown disse que "entende a preocupação das pessoas".
Celebrado como o "salvador do sistema" há três meses, quando liderou o enfrentamento da tormenta, o premiê obtém agora baixos níveis de aprovação e seu governo periga cair antes das eleições de 2010.
Já são 2 milhões os desempregados no país. Recentemente, o FMI avisou que a economia britânica irá encolher 2,8% neste ano.


Com agências internacionais


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