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Novo salário mínimo vai injetar R$ 21 bi na economia
Valor de R$ 465 entra em vigor amanhã; impacto em contas públicas será de R$ 8,5 bi
Reajuste supera inflação em 6,39%; para o governo, há estímulo para a geração de empregos pelo incentivo ao consumo e à produção
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A partir de amanhã, entra em
vigor o novo valor do salário
mínimo. Fixado em R$ 465, o
piso incorpora um reajuste de
12,05%, o que corresponde a
R$ 50 de acréscimo aos R$ 415
válidos atualmente. Descontada a inflação, o reajuste foi de
6,39%. Para o governo, o aumento tem a importância de injetar na economia R$ 21 bilhões
e estimular o emprego.
"O reajuste é uma forte fonte
de aquecimento da economia
do país, capaz de melhorar o
poder aquisitivo da base da pirâmide [da população]. Vamos
ter mais gente consumindo,
mais produção e mais emprego", disse Carlos Lupi, ministro
do Trabalho, ontem, no Rio.
Segundo o ministro, ingressarão ainda neste ano mais
R$ 24,3 bilhões na economia
em decorrência do aumento do
mínimo. Esses recursos virão
dos adicionais pagos pelo seguro-desemprego e pelo abono
destinado a trabalhadores de
menor renda. Ao todo, 42,8 milhões de pessoas têm vencimentos atrelados ao mínimo.
De acordo com a política do
governo de valorização do salário mínimo, o reajuste deste
ano incorporou a variação do
PIB de 2007 (5,65%) e do INPC
acumulado de março de 2007 a
janeiro de 2008 (6,40%).
Segundo Lupi, o salário mínimo acumula um reajuste acima
da inflação de 46% desde 2003.
Custo para o governo
O aumento de R$ 50 para o
salário mínimo terá um impacto de R$ 8,5 bilhões nas contas
do governo federal somente
neste ano, segundo dados do
Ministério do Planejamento. O
maior peso do reajuste recairá
sobre o caixa da Previdência
Social, que terá um gasto adicional de R$ 7,8 bilhões em
2009 com o novo piso salarial.
O mínimo de R$ 465 beneficiará 13,9 milhões de aposentados e pensionistas, entre outros
atendidos pela Previdência
-auxílio-doença, auxílio-reclusão, salário-maternidade.
Para 8,2 milhões de pessoas cujo valor do benefício é superior
a um salário mínimo, também
haverá correção a partir de
amanhã, mas o índice será menor, pois seguirá apenas a variação da inflação.
O Ministério da Previdência
informou que o percentual da
correção será divulgado na próxima semana, mas projeções
indicam que o reajuste ficará
próximo de 6,22%. Nos últimos
anos, o governo vem corrigindo
os benefícios previdenciários
acima do salário mínimo apenas pela inflação, apesar das
pressões dos aposentados.
O aumento do mínimo também implica reajuste das contribuições previdenciárias recolhidas dos trabalhadores. A
previsão é que a arrecadação da
Previdência aumente R$ 856
milhões neste ano. O crescimento das despesas será de R$
8,7 bilhões, gerando valor líquido de R$ 7,8 bilhões. A nova tabela sairá na próxima semana.
Colaborou JULIANNA SOFIA ,
da Sucursal de Brasília
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