|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INDÚSTRIA
Moreira Ferreira quer marcar sua gestão que termina em meados de 1998; projeto encontrou resistências
Fiesp terá centro cultural no andar térreo
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
O presidente da Fiesp, Carlos
Eduardo Moreira Ferreira, prepara-se para realizar obra para marcar sua gestão, que termina em
meados de 1998.
Vai mudar a cara do tradicional
prédio da Fiesp na avenida Paulista, com a criação de centro cultural nos pisos do térreo.
Quer ficar conhecido como o
presidente da Fiesp que priorizou
educação e cultura. ``Vai ficar
chuchu beleza''', disse, em raro
momento de informalidade.
Serão gastos cerca de R$ 4,8 milhões no projeto, do arquiteto
Paulo Mendes da Rocha.
Aprovado na última reunião da
diretoria executiva da Fiesp, o projeto de centro cultural encontrou
resistências de empresários desde
que foi a debate na diretoria, no
final do ano passado.
Oficialmente, a Fiesp garantia
que o projeto já havia sido aprovado em 96. Mas a grita dos descontentes foi forte. Ele voltou ao debate e acabou aprovado, por 106 votos a 8, segundo Moreira Ferreira.
``Vamos ter eleições aqui no ano
que vem e existem alguns que gostam de marcar uma posição a respeito do assunto. Isso é natural, é
democrático, e eu não me aborreço não'', disse Moreira Ferreira,
comemorando a votação.
Recursos
Moreira Ferreira admite que a
arrecadação do sistema Fiesp,
Ciesp, Sesi e Senai caiu 20% no ano
passado sobre 95.
``Mas existem ganhos em outras
áreas. Por exemplo, vendemos rede de supermercados que nos dava
prejuízos mensais enormes.''
Não quis revelar números sobre
os prejuízos. ``Prefiro não me chocar com a gestão anterior.''
Moreira Ferreira argumenta que
tem os recursos disponíveis para o
projeto de centro cultural.
``Não vou precisar de financiamento de ninguém. Não vou deixar a dívida para o sucessor.''
Segundo ele, o orçamento do sistema é de R$ 650 milhões e qualquer Centro de Atendimento ao
Trabalhador requer gastos superiores aos R$ 4,8 milhões estimados para o centro cultural.
Dedução no imposto
A idéia é habilitar o projeto a receber aplicações de empresas, que
poderão se beneficiar de incentivos fiscais da Lei Rouanet (IR) e
Mendonça (IPTU e ISS).
``Não se trata de discutir o valor
econômico. Trata-se de dizer que é
uma importante obra para a área
cultural, que é também minha
obrigação'', diz Moreira Ferreira.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|