São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Previsão é realista, diz mercado

LEONARDO SOUZA
da Reportagem Local

O mercado financeiro avaliou que o conteúdo da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) está de acordo com as diretrizes adotadas pelo BC (Banco Central).
Um dos pontos considerados mais importantes pelos analistas ouvidos pela Folha foi a revisão do impacto das tarifas públicas na inflação.
De um aumento médio de 9,2% nos preços de contas como luz, energia elétrica e telefone, previsto em fevereiro, o Comitê passou a trabalhar com 11,2%.
Na opinião do economista Adalto Lima, do Lloyds Bank, a nova avaliação dos preços das tarifas ficou mais de acordo com as expectativas do mercado. "Não nos surpreendeu, já estávamos trabalhando com o peso maior das tarifas. O Copom tornou sua previsão mais realista", disse.
Segundo ele, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, com a consequente elevação dos combustíveis no mercado interno, foi o principal motivo para a revisão do impacto das tarifas públicas.
Os combustíveis, assim como energia elétrica, telefone e passagens de ônibus, têm seus preços controlados pelo governo.
Nas contas do Comitê, os 11,2% de aumento dos preços administrados provocarão impacto direto de 2,6 pontos no IPCA (o índice adotado pelo BC para monitorar a inflação). O Copom destacou, no entanto, que os 2,6 pontos correspondem "a uma contribuição marginal de 1,8 ponto na inflação anual".
Os analistas entenderam que dos 2,6 ponto de impacto no IPCA, 0,8 ponto percentual já foi embutido à inflação. Ou seja, daqui até o final do ano, os ajustes das tarifas públicas representarão mais 1,8 ponto na inflação.
O Copom informou que continua atento para as mesmas variáveis para conduzir a política econômica: basicamente, o aumento das tarifas públicas, os juros nos Estados Unidos e o comportamento do preço do petróleo no mercado internacional. "Se esses elementos continuarem favoráveis, o BC promoverá novas reduções na inflação", afirmou Ricardo Amorim, analista do BankBoston.
Outro ponto destacado é que o Copom não identificou pressão no consumo. Ou seja, há oferta de produtos e serviços o suficiente para dar conta de eventual aumento da demanda, sem puxar os preços.
Segundo o documento, a indústria pretende aumentar sua capacidade de produção em 10% até o final do ano.



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