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Previsão é realista, diz mercado
LEONARDO SOUZA
da Reportagem Local
O mercado financeiro avaliou
que o conteúdo da ata da última
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária) está de acordo com as diretrizes adotadas pelo BC (Banco Central).
Um dos pontos considerados
mais importantes pelos analistas
ouvidos pela Folha foi a revisão
do impacto das tarifas públicas na
inflação.
De um aumento médio de 9,2%
nos preços de contas como luz,
energia elétrica e telefone, previsto em fevereiro, o Comitê passou
a trabalhar com 11,2%.
Na opinião do economista
Adalto Lima, do Lloyds Bank, a
nova avaliação dos preços das tarifas ficou mais de acordo com as
expectativas do mercado. "Não
nos surpreendeu, já estávamos
trabalhando com o peso maior
das tarifas. O Copom tornou sua
previsão mais realista", disse.
Segundo ele, o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, com a consequente elevação dos combustíveis no mercado interno, foi o principal motivo para a revisão do impacto das
tarifas públicas.
Os combustíveis, assim como
energia elétrica, telefone e passagens de ônibus, têm seus preços
controlados pelo governo.
Nas contas do Comitê, os 11,2%
de aumento dos preços administrados provocarão impacto direto
de 2,6 pontos no IPCA (o índice
adotado pelo BC para monitorar
a inflação). O Copom destacou,
no entanto, que os 2,6 pontos correspondem "a uma contribuição
marginal de 1,8 ponto na inflação
anual".
Os analistas entenderam que
dos 2,6 ponto de impacto no IPCA, 0,8 ponto percentual já foi
embutido à inflação. Ou seja, daqui até o final do ano, os ajustes
das tarifas públicas representarão
mais 1,8 ponto na inflação.
O Copom informou que continua atento para as mesmas variáveis para conduzir a política econômica: basicamente, o aumento
das tarifas públicas, os juros nos
Estados Unidos e o comportamento do preço do petróleo no
mercado internacional. "Se esses
elementos continuarem favoráveis, o BC promoverá novas reduções na inflação", afirmou Ricardo Amorim, analista do BankBoston.
Outro ponto destacado é que o
Copom não identificou pressão
no consumo. Ou seja, há oferta de
produtos e serviços o suficiente
para dar conta de eventual aumento da demanda, sem puxar os
preços.
Segundo o documento, a indústria pretende aumentar sua capacidade de produção em 10% até o
final do ano.
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