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Mercado tem dia calmo, e dólar cai
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os nomes escolhidos pelo novo
ministro da Fazenda, Guido Mantega, para os postos que estavam
vagos em seu ministério vão ajudar a tranqüilizar o mercado financeiro, avaliam analistas.
A Bovespa, que estava aberta
quando foram anunciados Carlos
Kawall como secretário do Tesouro Nacional e Bernard Appy como secretário-executivo do Ministério, fechou com valorização
de 0,76%.
Com o mercado menos tenso
em relação às mudanças no Ministério da Fazenda, o dólar encontrou espaço para recuar
1,13%. A moeda norte-americana
terminou o dia vendida a R$ 2,189
-o mercado de câmbio estava fechado quando Mantega fez o
anúncio.
"Foi uma decisão boa a desses
nomes para ocupar as vagas. O
Kawall é conhecido, com bom
trajeto no mercado. [A decisão]
vai ajudar a minimizar a recente
tensão", diz Adauto Lima, economista do banco WestLB.
A recente apreciação do dólar
-que havia subido 2,79% nos
primeiros três dias da semana-
atraiu investidores e exportadores
interessados em aproveitar a cotação mais elevada, o que favoreceu o recuo do real ontem.
No mês, o dólar ainda registra
valorização acumulada de 2,39%.
Carlos Alberto Abdalla, diretor
de câmbio da corretora Souza
Barros, afirma que "internamente
os ânimos se acalmaram um pouco". "O [ministro] Mantega parece estar preocupado [com a reação do mercado]. Provavelmente
a decisão de adiar a reunião do
CMN [Conselho Monetário Nacional] teve o intuito de acalmar
os investidores."
A permanência de Henrique
Meirelles, com sua equipe, no comando do Banco Central trouxe
mais confiança aos investidores,
no que se refere à continuidade da
atual política monetária.
Esse clima menos tenso teve
resposta também do mercado futuro de juros. No pregão da
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), as taxas dos contratos
mais negociados tiveram importante recuo.
No DI -Depósito Interfinanceiro, que mostra as projeções para os juros- com vencimento em
janeiro de 2008, a taxa caiu de
14,81% para 14,67%. No contrato
com resgate na virada do ano, a
taxa projetada recuou de 15,07%
para 14,99% anuais.
O número de contratos DI negociados ontem na BM&F teve
aumento de 12%, superando os
638 mil papéis.
"Mas permanece a preocupação
com o cenário externo. Qualquer
elevação mais brusca nos juros
americanos será sentida imediatamente por aqui", diz Abdalla.
Há cerca de 20 dias, os ativos
brasileiros têm refletido negativamente as incertezas em relação ao
futuro das taxas de juros nos
EUA. Nos momentos em que as
taxas nos países desenvolvidos se
elevam, tendem a atrair capitais
que estão investidos em títulos,
ações e moedas de emergentes.
Compra de dólares
O BC comprou US$ 3,074 bilhões no mercado de câmbio neste mês, segundo dado parcial que
considera as operações fechadas
até a sexta passada. Ao todo, desde janeiro de 2004, US$ 34,7 bilhões já foram adquiridos pelo BC
para reforçar as reservas em moeda estrangeira do governo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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