São Paulo, quarta-feira, 31 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Construtoras aprovam "Minha Casa 2"

No mercado financeiro, porém, mudanças no programa são mal recebidas e derrubam ações do setor

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora algumas características do programa tenham saído diferentes do que o setor esperava, as grandes construtoras brasileiras aprovam o Minha Casa, Minha Vida 2, que foi anunciado anteontem pelo governo. "Havia uma preocupação quanto à continuidade do projeto. Mas o governo foi sensível e mandou o sinal de que se precisava, para que os investimentos e esforços sejam mantidos", diz Wilson Amaral, presidente da Gafisa. "Entendemos como uma direção a seguir", reforça Fábio Cury, presidente da Cury Construtora.
O plano prevê a construção de 2 milhões de casas até 2014, quando a expectativa era de 3 milhões de unidades. Também houve uma mudança quanto à distribuição de imóveis: antes, na primeira versão do pacote, de 2009, 40% das casas eram destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395); agora, essa parcela subiu para 60%, enquanto 30% ficam para brasileiros com renda familiar entre R$ 1.396 e R$ 2.790 e os 10% restantes para a faixa de renda entre R$ 2.791 e R$ 4.650 mensais.
O governo prometeu um maior detalhamento do programa dentro de 90 dias, após discussões com empresários do ramo e representantes de movimentos sociais.
"Diminuiu a fatia direcionada para a faixa acima de três salários mínimos; porém, há que considerar que, ainda assim, são 800 mil unidades. Somando com os da primeira fase, o total chega a 1,4 milhão de imóveis. Esse número nos permite seguir com a estratégia traçada", afirma Rodrigo Martins, diretor do segmento econômico da Rossi Residencial.
Entretanto o mercado financeiro reagiu mal ao plano. Depois de fortes quedas na segunda-feira, ontem as ações das construtoras voltaram a cair. As da MRV recuaram 4,85%; as da Rossi perderam 2,89%; as da Tecnisa caíram 0,52%; as da Gafisa tiveram baixa de 2,43%. Só as da Even subiram, 0,3%.
Para Cristiano Hees, analista da Brascan Corretora, tal reação é bastante exagerada, pois as perspectivas para a construção civil no país ainda são bastante positivas. "Nos próximos dias, os preços dos papéis devem mostrar recuperação."


Texto Anterior: UGT quer acordo com rede de varejo
Próximo Texto: Financiamento: Lula prorroga estímulo à compra de máquinas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.