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Construtoras aprovam "Minha Casa 2"
No mercado financeiro, porém, mudanças no programa são mal recebidas e derrubam ações do setor
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
LEILA COIMBRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora algumas características do programa tenham saído diferentes do que o setor esperava, as grandes construtoras brasileiras aprovam o Minha Casa, Minha Vida 2, que foi
anunciado anteontem pelo governo. "Havia uma preocupação quanto à continuidade do
projeto. Mas o governo foi sensível e mandou o sinal de que se
precisava, para que os investimentos e esforços sejam mantidos", diz Wilson Amaral, presidente da Gafisa. "Entendemos como uma direção a seguir", reforça Fábio Cury, presidente da Cury Construtora.
O plano prevê a construção
de 2 milhões de casas até 2014,
quando a expectativa era de 3
milhões de unidades. Também
houve uma mudança quanto à
distribuição de imóveis: antes,
na primeira versão do pacote,
de 2009, 40% das casas eram
destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos
(R$ 1.395); agora, essa parcela
subiu para 60%, enquanto 30%
ficam para brasileiros com renda familiar entre R$ 1.396 e R$
2.790 e os 10% restantes para a
faixa de renda entre R$ 2.791 e
R$ 4.650 mensais.
O governo prometeu um
maior detalhamento do programa dentro de 90 dias, após
discussões com empresários do
ramo e representantes de movimentos sociais.
"Diminuiu a fatia direcionada para a faixa acima de três
salários mínimos; porém, há
que considerar que, ainda assim, são 800 mil unidades. Somando com os da primeira fase,
o total chega a 1,4 milhão de
imóveis. Esse número nos permite seguir com a estratégia
traçada", afirma Rodrigo Martins, diretor do segmento econômico da Rossi Residencial.
Entretanto o mercado financeiro reagiu mal ao plano. Depois de fortes quedas na segunda-feira, ontem as ações das
construtoras voltaram a cair.
As da MRV recuaram 4,85%; as
da Rossi perderam 2,89%; as da
Tecnisa caíram 0,52%; as da
Gafisa tiveram baixa de 2,43%.
Só as da Even subiram, 0,3%.
Para Cristiano Hees, analista
da Brascan Corretora, tal reação é bastante exagerada, pois
as perspectivas para a construção civil no país ainda são bastante positivas. "Nos próximos
dias, os preços dos papéis devem mostrar recuperação."
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