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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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COMÉRCIO

"Orçamento é ridículo"

Embaixador critica verba para "mascate"

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

O chefe do Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Mário Vilalva, disse que o orçamento do órgão é "absolutamente ridículo" e "incongruente" com a prioridade do governo de aumentar as exportações.
Com uma dotação de US$ 1,8 milhão para 2002, Vilalva afirmou que "não é possível ter um mascate em cada embaixada", desejo já manifestado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o embaixador, o orçamento em 2002 para reforçar a imagem dos produtos brasileiros era de US$ 5 milhões. Em 1980, em seu pico, atingira US$ 16 milhões. "Só no bico a gente não aguenta. Tem de gastar algum dinheiro e política externa é cara."
Ele comparou os números com os do Chile, cujos produtos têm uma penetração no exterior maior do que a dos brasileiros. Lá, o orçamento para promoção comercial é de US$ 30 milhões em 2003, de acordo com Vilalva, que participou do seminário "Brasil Exportador Alemanha", organizado pela Câmara Brasil-Alemanha do Rio. Segundo o embaixador, em 1975 as verbas do Itamaraty correspondiam a 1% do orçamento da União -hoje, correspondem a 0,10%.

Iraque
Também presente ao evento, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) afirmou que o "Brasil não tem chance de ser contratado para a reconstrução do Iraque". A estratégia do ministério é negociar que empreiteiras brasileiras sejam subcontratadas por companhias do Kuait e Arábia Saudita. Elas atuariam como prestadoras de serviços.
Os dois países devem, na avaliação de Furlan, abocanhar parte dos contratados para a reconstrução do Iraque. "Vamos levar as empresas brasileiras para carregar o piano", disse. É a Usaid (agência americana de desenvolvimento internacional) que está cuidando da distribuição dos contratos e alguns dos maiores já foram concedidos a empresas americanas, algumas delas ligadas a assessores do governo Bush.
Em relação às exportações, Furlan afirmou que, a julgar pelos resultados já apresentados, "a tendência" é superar a meta de US$ 8 bilhões de aumento das vendas para este ano.


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