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COMÉRCIO
"Orçamento é ridículo"
Embaixador critica verba para "mascate"
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O chefe do Departamento de
Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores, Mário
Vilalva, disse que o orçamento do
órgão é "absolutamente ridículo"
e "incongruente" com a prioridade do governo de aumentar as exportações.
Com uma dotação de US$ 1,8
milhão para 2002, Vilalva afirmou
que "não é possível ter um mascate em cada embaixada", desejo já
manifestado pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
Segundo o embaixador, o orçamento em 2002 para reforçar a
imagem dos produtos brasileiros
era de US$ 5 milhões. Em 1980,
em seu pico, atingira US$ 16 milhões. "Só no bico a gente não
aguenta. Tem de gastar algum dinheiro e política externa é cara."
Ele comparou os números com
os do Chile, cujos produtos têm
uma penetração no exterior
maior do que a dos brasileiros. Lá,
o orçamento para promoção comercial é de US$ 30 milhões em
2003, de acordo com Vilalva, que
participou do seminário "Brasil
Exportador Alemanha", organizado pela Câmara Brasil-Alemanha do Rio. Segundo o embaixador, em 1975 as verbas do Itamaraty correspondiam a 1% do orçamento da União -hoje, correspondem a 0,10%.
Iraque
Também presente ao evento, o
ministro Luiz Fernando Furlan
(Desenvolvimento) afirmou que
o "Brasil não tem chance de ser
contratado para a reconstrução
do Iraque". A estratégia do ministério é negociar que empreiteiras
brasileiras sejam subcontratadas
por companhias do Kuait e Arábia Saudita. Elas atuariam como
prestadoras de serviços.
Os dois países devem, na avaliação de Furlan, abocanhar parte
dos contratados para a reconstrução do Iraque. "Vamos levar as
empresas brasileiras para carregar o piano", disse. É a Usaid
(agência americana de desenvolvimento internacional) que está
cuidando da distribuição dos
contratos e alguns dos maiores já
foram concedidos a empresas
americanas, algumas delas ligadas a assessores do governo Bush.
Em relação às exportações, Furlan afirmou que, a julgar pelos resultados já apresentados, "a tendência" é superar a meta de US$ 8
bilhões de aumento das vendas
para este ano.
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