São Paulo, segunda-feira, 31 de maio de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Segundo porta-voz da Opep, podem ser extraídos 2,5 milhões de barris a mais por dia; reunião será na quinta

Cartel sinaliza produção maior de petróleo

DA REDAÇÃO

A cota de produção diária de petróleo deve ser elevada nesta semana, numa tentativa de coibir a alta recente do preço do produto.
Segundo o porta-voz da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Abulrahman al-Kheraigi, na reunião que acontecerá na próxima quinta-feira, a elevação da cota será a opção mais provável. "Essa opção deve ser considerada seriamente", disse. O cartel produtor de petróleo planeja aumentar a produção diária em 2,5 milhões de barris -hoje, o limite é de 23,5 milhões por dia.
A suspensão do teto de produção, como chegou a ser cogitada, não é uma hipótese viável. "Tem que haver um teto", afirmou.
O barril de petróleo, que foi negociado recentemente acima de US$ 41, fechou na sexta-feira cotado a US$ 39,88 o barril, no mercado de Nova York.
Já o indonésio Purnomo Yusgiantoro, presidente da Opep, disse que o cartel ainda pode estudar outras opções, antes de decidir por uma produção maior. A reunião acontecerá em Beirute.
Frédéric Lassere, chefe do departamento de commodity do Société Générale em Paris, disse que a reunião da Opep terá componentes mais políticos do que técnicos. Qualquer aumento na cota não deverá trazer refresco imediato. "O mercado parece achar que nós já vimos o pico de alta, mas isso não significa que entraremos em uma tendência de baixa", disse.
Na semana passada, a Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo e fundador da Opep, anunciou que subirá a sua produção diária e incentivou os demais membros do cartel a fazerem o mesmo. "A Arábia Saudita assumiu um compromisso com o mundo e iremos mantê-lo", disse o embaixador saudita em Washington, príncipe Bandar bin Sultan.
Alguns sócios da Opep, como a Venezuela, não estão dispostos a aumentar a oferta por considerar que o atual choque de preços se deve a fatores alheios à produção.
Para analistas, a alta demanda pelo produto e o temor de atentados terroristas no Oriente Médio são as causas principais da recente alta do petróleo.
A Arábia Saudita divulgou comunicado ontem afirmando que o atentado terrorista praticado no país no sábado não afetará a capacidade de produção de petróleo. Embora as instalações petrolíferas não tenham sido afetadas, o ataque pode criar uma nova instabilidade na região e voltar a pressionar o preço do petróleo, dizem analistas.


Com o "New York Times" e com as agências internacionais

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