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Agência que elevou classificação do Brasil sugere reformas e menos dívida
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil entrou para o seleto
grupo de países considerados
seguros para investimentos financeiros da agência Fitch Ratings, mas uma nova melhora
na avaliação poderá tardar algum tempo. Dependerá essencialmente de o país reduzir seu
endividamento público e de retomar a agenda de reformas estruturais para promover um
ritmo maior de crescimento da
economia, disse ontem Shelly
Shetty, diretora-sênior de ratings soberanos da agência, que
elevou o país ao grau de investimento anteontem -há um
mês, a Standard & Poor's já havia dado a mesma promoção.
"Enfatizamos que o Brasil
deve melhorar a estrutura das
finanças do setor público [para
ter um novo "upgrade']", disse
Shetty, em teleconferência.
Segundo a Fitch, a dívida brasileira está na casa de 67% do
PIB, enquanto os demais países
com a mesma avaliação, como
Peru e Índia, têm um endividamento médio de 28%. Por isso,
o país tem ainda um longo caminho para percorrer.
"Outro limitador para o "rating" diz respeito à agenda de
reformas, que parece esquecida
pelos políticos. O ambiente
econômico favorável diminuiu
o "apetite" pelas reformas, especialmente as ligadas à independência do BC, a trabalhista
e a do sistema previdenciário.
Essas reformas macroeconômicas, com certeza, devem assegurar um maior e mais estável crescimento. Tudo isso seria visto de forma positiva."
A executiva destacou a importância do relativo período
de estabilidade política pelo
qual passa o país, "apesar de escândalos" de corrupção que
aparecem no noticiário.
"Há uma grande confiança de
que, qualquer um que vença as
eleições em 2010, as políticas
[fiscais] devem continuar."
A diretora da Fitch reconheceu que o Brasil se manteve relativamente firme nos nove
meses de crise financeira internacional. Afirmou que o acúmulo de reservas, que estão
atualmente na casa de US$ 200
bilhões, trouxe benefícios que
justificam os altos custos para
mantê-las.
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