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No curto prazo, maior ganho se dará no Brasil
DA REPORTAGEM LOCAL
Os ganhos imediatos da
BRF (Brasil Foods) serão
muito maiores no mercado
interno do que com exportações, dizem especialistas.
Principalmente com relação
aos EUA e China, definidos
como alvos prioritários na
criação da empresa, vendida
como uma nova multinacional verde e amarela.
"O discurso de internacionalização parece fazer parte
de uma estratégia de tirar o
foco de eventuais problemas
que a BRF terá com o Cade
[Conselho Administrativo de
Defesa Econômica], decorrentes de concentração de
mercado", diz Renato Prado,
analista da Fator Corretora.
A BRF nasce com participações superiores a 60% em
diversos mercados dentro do
Brasil. Os ganhos maiores no
mercado interno se justificam pelo fato de que 80% dos
produtos que vendem no
país serem industrializados
-e mais lucrativos- do que
os frangos em pedaços exportados. "Com os ganhos de
escala, a margem de manobra junto a fornecedores e
varejo crescerá, bem como a
rentabilidade", diz Prado.
Segundo Sergio de Zen,
professor do Cepea (Centro
de Estudos Avançados em
Economia Aplicada) da
Esalq, se Sadia e Perdigão
quisessem crescer na China
e nos EUA comprariam empresas naqueles países. "Foi
o que fez a Friboi para superar as inúmeras barreiras de
mercado", diz de Zen.
Os exportadores de frango,
por exemplo, tinham obtido
em 2008 o compromisso de
abertura do mercado do governo chinês. Manobras burocráticas, no entanto, impediram as exportações. Após a
visita do presidente Lula à
China, a Doux Frangosul
anunciou na sexta-feira a assinatura do primeiro contrato de exportação.
A BRF argumentou anteriormente que, assim que o
mercado externo começar a
comprar, encherá as fábricas
e aumentará as exportações.
Disse também que a margem
de crescimento na venda de
industrializados no Brasil é
pequena.
(CB)
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