São Paulo, domingo, 31 de maio de 2009

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No curto prazo, maior ganho se dará no Brasil

DA REPORTAGEM LOCAL

Os ganhos imediatos da BRF (Brasil Foods) serão muito maiores no mercado interno do que com exportações, dizem especialistas. Principalmente com relação aos EUA e China, definidos como alvos prioritários na criação da empresa, vendida como uma nova multinacional verde e amarela.
"O discurso de internacionalização parece fazer parte de uma estratégia de tirar o foco de eventuais problemas que a BRF terá com o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], decorrentes de concentração de mercado", diz Renato Prado, analista da Fator Corretora.
A BRF nasce com participações superiores a 60% em diversos mercados dentro do Brasil. Os ganhos maiores no mercado interno se justificam pelo fato de que 80% dos produtos que vendem no país serem industrializados -e mais lucrativos- do que os frangos em pedaços exportados. "Com os ganhos de escala, a margem de manobra junto a fornecedores e varejo crescerá, bem como a rentabilidade", diz Prado.
Segundo Sergio de Zen, professor do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq, se Sadia e Perdigão quisessem crescer na China e nos EUA comprariam empresas naqueles países. "Foi o que fez a Friboi para superar as inúmeras barreiras de mercado", diz de Zen.
Os exportadores de frango, por exemplo, tinham obtido em 2008 o compromisso de abertura do mercado do governo chinês. Manobras burocráticas, no entanto, impediram as exportações. Após a visita do presidente Lula à China, a Doux Frangosul anunciou na sexta-feira a assinatura do primeiro contrato de exportação.
A BRF argumentou anteriormente que, assim que o mercado externo começar a comprar, encherá as fábricas e aumentará as exportações. Disse também que a margem de crescimento na venda de industrializados no Brasil é pequena. (CB)


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