São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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ECONOMIA EM TRANSE

Dólar vai a R$ 3,30; ações de Itaú e Bradesco desabam; dívida de empresas pressiona moeda

Conversas com FMI não atenuam pânico

DA REDAÇÃO

Nem a perspectiva de um acordo qualquer do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi bastante para conter o pânico nos mercados financeiros. Analistas do mercado acreditam que, enquanto não for divulgado um acordo, a fase aguda da crise do dólar não passa. Alguns avaliam que nem mesmo o acordo atenua o maremoto financeiro -a incerteza política gerada pelas eleições e à seca de crédito externo para o país devida à aversão global a investimentos de risco.
O dólar chegou a R$ 3,30, o sétimo recorde consecutivo do preço da moeda americana, com alta de 3,77% no dia. O risco-país subiu ainda mais, 10,4%, batendo em 2.390 pontos, um indicador do temor de calote de um país e da taxa de juros extra (acima dos juros do governo americano) exigidos dos brasileiros.
A crise de desconfiança nos mercados doméstico e internacional continua a se aprofundar. A Folha apurou que bancos estrangeiros vêm vendendo ações de bancos como o Itaú e Bradesco, que despencaram ontem na Bolsa de São Paulo. Tais bancos estão entre os maiores credores do governo. Apesar de sólidos, investidores externos temem que um calote da crescente dívida pública abale tais instituições.
A tentativa de empresas brasileiras de amainar o impacto da crise sobre seus balanços contribuem para a alta do dólar. Adiantam pagamentos de sua dívida externa a fim de pedir descontos, são obrigadas a antecipar pagamentos pelos seus credores ou apenas têm de pagar dívidas que vencem, pois não conseguem mais rolar (renovar) os débitos.



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