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ECONOMIA EM TRANSE
Dólar vai a R$ 3,30; ações de Itaú e Bradesco desabam; dívida de empresas pressiona moeda
Conversas com FMI não atenuam pânico
DA REDAÇÃO
Nem a perspectiva de um acordo qualquer do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi bastante para conter o pânico nos mercados financeiros.
Analistas do mercado acreditam que, enquanto não for divulgado um acordo, a fase aguda da crise do dólar não passa. Alguns avaliam que nem mesmo o acordo
atenua o maremoto financeiro -a incerteza política gerada pelas eleições e à seca de crédito externo para o país devida à aversão global a investimentos de risco.
O dólar chegou a R$ 3,30, o sétimo recorde consecutivo do preço
da moeda americana, com alta de
3,77% no dia. O risco-país subiu
ainda mais, 10,4%, batendo em
2.390 pontos, um indicador do temor de calote de um país e da taxa
de juros extra (acima dos juros do
governo americano) exigidos dos
brasileiros.
A crise de desconfiança nos
mercados doméstico e internacional continua a se aprofundar.
A Folha apurou que bancos estrangeiros vêm vendendo ações
de bancos como o Itaú e Bradesco, que despencaram ontem na
Bolsa de São Paulo. Tais bancos
estão entre os maiores credores
do governo. Apesar de sólidos, investidores externos temem que
um calote da crescente dívida pública abale tais instituições.
A tentativa de empresas brasileiras de amainar o impacto da
crise sobre seus balanços contribuem para a alta do dólar. Adiantam pagamentos de sua dívida externa a fim de pedir descontos, são obrigadas a antecipar pagamentos pelos seus credores ou apenas têm de pagar dívidas que
vencem, pois não conseguem mais rolar (renovar) os débitos.
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