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Piora do Brasil adia a melhora da Argentina
DE BUENOS AIRES
O aprofundamento da crise
brasileira vai adiar ainda mais a
recuperação da economia argentina e prejudicar a todos os
países latino-americanos, segundo analistas ouvidos pela
Folha. O economista argentino
Dardo Ferrer, da Fundação
Mercado, disse que, com a
complicação da situação brasileira, a Argentina perde sua
principal arma de recuperação:
as exportações.
Ele lembrou que o mercado
interno argentino deverá continuar estagnado enquanto o governo não eliminar as restrições aos saques bancários
-que reduzem o consumo-
e não fechar um novo acordo
com o FMI (Fundo Monetário
Internacional) -que traria de
volta a confiança dos investidores estrangeiros.
Por isso, o crescimento das
exportações argentinas -que
têm o Brasil como principal
destino- seria "imprescindível" para reaquecer a economia
e manter a oferta interna de dólares, o que evitaria a disparada
do câmbio e da inflação.
Para Carina López Espiño, da
agência de classificação de risco Standard & Poor's, "a derrocada brasileira é uma das
piores coisas que poderiam
acontecer para a Argentina"
Além da queda nas exportações, ela acredita que a situação
brasileira não poderia tornar o
FMI mais flexível com a Argentina. Para o economista da
Fundação Mercado, não apenas a Argentina mas todos os
países da América Latina sofrerão o impacto negativo da crise
brasileira.
Segundo Ferrer, Paraguai e
Uruguai devem exportar menos para o Brasil nos próximos
meses, enquanto países como
Chile e México -que não
mantêm laços comerciais tão
fortes com o Brasil- deverão
ser prejudicados pela queda do
fluxo de capitais estrangeiros
ao continente.
(JS)
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