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ENERGIA
Esse, segundo a ministra, é um dos efeitos do novo modelo do setor elétrico, que visa ainda manter sistema suprido
Dilma diz que reajuste de luz deverá cair
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) apresentou a regulamentação do novo modelo do
setor elétrico, ontem, com uma
promessa: os reajustes para os
consumidores serão menores a
partir do ano que vem. "No geral,
eu posso dizer que a tarifa irá baixar. Isso começa no próximo ano
e vai crescendo", disse ela.
"Crescendo", no caso, significa
que os aumentos serão cada vez
menores com o passar dos anos.
Isso não significa, necessariamente, que o preço da energia cairá imediatamente em todas as regiões do país. Como não houve
modificação nas regras dos atuais
contratos entre distribuidoras e
consumidores, a tarifa continua
sendo reajustada, uma vez por
ano, por meio de uma fórmula da
qual consta o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) como
índice de correção.
O novo modelo poderá significar preços mais baixos da energia
vendida pelas geradoras para as
distribuidoras, o que afetará o
preço repassado aos consumidores. Pode haver redução de preço,
ou simplesmente reajustes menores do que os que aconteceriam se
não houvesse mudança.
"Não tem milagre. Existem contratos que já foram assinados",
disse a ministra, em referência específica às distribuidoras que fecharam novos contratos com geradoras do mesmo grupo econômico, com um preço muito mais
alto do que o cobrado pelo mercado, e que repassaram esse custo
para o consumidor. Essa prática
fica proibida no novo modelo.
Para o secretário de Energia do
Estado de São Paulo, Mauro Arce,
a redução de tarifas pode ser entendida como um aumento menor. "Quando se fala em baixar [a
tarifa], às vezes é não subir, o que
já é suficiente", disse ele, presente
à cerimônia de regulamentação
do novo modelo, realizada ontem
no Palácio do Planalto.
Para Luiz Carlos Guimarães,
presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores
de Energia Elétrica), o consumidor foi beneficiado, porque
"eventuais riscos que acontecerem pelo efeito do decreto terão
que ser rateados entre nós [distribuidoras] e os geradores".
Objetivos
O novo modelo tem dois objetivos principais: garantir investimentos em aumento de geração,
para evitar novos racionamentos,
e tentar evitar choque tarifário,
com redução no preço da energia
ou com reajustes menores do que
os orientados pelas regras antigas.
Os principais mecanismos para
atingir esses objetivos são: mudanças na forma de contratação,
pelas distribuidoras, da energia
comprada das geradoras; mudanças na maneira como o custo da
aquisição dessa energia é repassado para o consumidor; e um novo
sistema para licitar obras de construção de novas usinas.
As distribuidoras comprarão
energia das geradoras por meio
de um pool -CCEE (Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica). Haverá um leilão de compra e a energia será comprada pela ordem de menor tarifa. O pool
vai ratear a energia comprada entre todas as distribuidoras.
Leilão mais compra centralizada é a maneira que o governo
achou para evitar reajustes de
preços na renovação dos contratos entre distribuidoras e geradoras. A alta vinda desse reajuste seria repassada ao consumidor.
A regulamentação do novo modelo está sendo feita com a publicação de cinco decretos no "Diário Oficial" da União.
Colaborou Julianna Sofia, da
Sucursal de Brasília
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