São Paulo, terça-feira, 31 de julho de 2007

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Crédito no Brasil eleva lucro de grandes bancos no mundo

Com expansão de empréstimos, país tem destaque positivo no ABN e no HSBC

Lucro do ABN no Brasil sobe 84% no semestre e vai a R$ 1,161 bi; ganho do HSBC é de US$ 360 milhões antes de impostos, alta de 43%

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

As atividades no Brasil, país que vive forte expansão no crédito, apareceram ontem como uma das mais lucrativas no mundo nos balanços dos gigantes ABN Amro e do HSBC.
Objeto da maior disputa da indústria bancária internacional, o ABN teve lucro líquido mundial de 2,165 bilhões no primeiro semestre, resultado 2,4% menor do que no mesmo período de 2006. A unidade brasileira, considerada a de maior retorno no mundo, reportou ganho líquido de R$ 1,161 bilhão no período -84% mais do que em 2006.
No balanço mundial, o ABN cita o Brasil como líder de crescimento, ao lado da Ásia e da Itália. Maior estrangeiro no país, o ABN Real interessa tanto que o espanhol Santander se juntou a um consórcio para disputá-lo com o Barclays.
Já o HSBC, maior banco europeu em valor de mercado e que também tem interesse na unidade brasileira do ABN, teve um crescimento de 24,85% no lucro líquido no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2006. O banco reportou ganho de US$ 10,9 bilhões, sendo que desse total US$ 360 milhões (antes de impostos) vieram do Brasil, volume 43% superior ao do mesmo período de 2006. O banco não informa os valores líquidos de sua atividade no país.
Em comum, ABN e HSBC citam a expansão do crédito brasileiro, que cresce a um ritmo de 20% ao ano, como um dos negócios mais lucrativos do planeta, especialmente os empréstimos consignados, além do câmbio apreciado -o ABN calculou em 10,7% a valorização do real no primeiro semestre. Também atribuem o bom resultado no Brasil à receita com tarifas bancárias.
No lucro semestral de R$ 1,161 bilhão, o ABN Real inclui um ganho extraordinário (que não se repete) de R$ 83 milhões por conta da venda de sua participação na Serasa -maior empresa de análise de crédito brasileira, em que tinha 5,32%. Sem a Serasa e demais resultados extraordinários, o lucro do banco ficaria em R$ 1,211 bilhão, mesmo assim com um ganho de 46% sobre 2006.
No resultado, o ABN destaca o crescimento de 25% de sua carteira de crédito -superior aos 20% do mercado.
No Brasil, o HSBC teve crescimento de 41% no lucro (antes de impostos) do banco comercial, enquanto a área de serviços financeiros pessoais reportou aumento de 140% no primeiro semestre em relação a 2006. A carteira de crédito cresceu 26% no período -o financiamento de veículos teve incremento de 45%, enquanto o crédito consignado aumentou 83%. No mundo, o HSBC teve ganho com venda de ações na China, o que compensou perdas com empréstimos ruins nos EUA.


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