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Crédito no Brasil eleva lucro de grandes bancos no mundo
Com expansão de empréstimos, país tem destaque positivo no ABN e no HSBC
Lucro do ABN no Brasil sobe 84% no semestre e vai a
R$ 1,161 bi; ganho do HSBC
é de US$ 360 milhões antes
de impostos, alta de 43%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
As atividades no Brasil, país
que vive forte expansão no crédito, apareceram ontem como
uma das mais lucrativas no
mundo nos balanços dos gigantes ABN Amro e do HSBC.
Objeto da maior disputa da
indústria bancária internacional, o ABN teve lucro líquido
mundial de 2,165 bilhões no
primeiro semestre, resultado
2,4% menor do que no mesmo
período de 2006. A unidade
brasileira, considerada a de
maior retorno no mundo, reportou ganho líquido de R$
1,161 bilhão no período -84%
mais do que em 2006.
No balanço mundial, o ABN
cita o Brasil como líder de crescimento, ao lado da Ásia e da
Itália. Maior estrangeiro no
país, o ABN Real interessa tanto que o espanhol Santander se
juntou a um consórcio para
disputá-lo com o Barclays.
Já o HSBC, maior banco europeu em valor de mercado e
que também tem interesse na
unidade brasileira do ABN, teve um crescimento de 24,85%
no lucro líquido no primeiro
semestre em relação ao mesmo
período de 2006. O banco reportou ganho de US$ 10,9 bilhões, sendo que desse total
US$ 360 milhões (antes de impostos) vieram do Brasil, volume 43% superior ao do mesmo
período de 2006. O banco não
informa os valores líquidos de
sua atividade no país.
Em comum, ABN e HSBC citam a expansão do crédito brasileiro, que cresce a um ritmo
de 20% ao ano, como um dos
negócios mais lucrativos do
planeta, especialmente os empréstimos consignados, além
do câmbio apreciado -o ABN
calculou em 10,7% a valorização do real no primeiro semestre. Também atribuem o bom
resultado no Brasil à receita
com tarifas bancárias.
No lucro semestral de R$
1,161 bilhão, o ABN Real inclui
um ganho extraordinário (que
não se repete) de R$ 83 milhões por conta da venda de sua
participação na Serasa -maior
empresa de análise de crédito
brasileira, em que tinha 5,32%.
Sem a Serasa e demais resultados extraordinários, o lucro do
banco ficaria em R$ 1,211 bilhão, mesmo assim com um ganho de 46% sobre 2006.
No resultado, o ABN destaca
o crescimento de 25% de sua
carteira de crédito -superior
aos 20% do mercado.
No Brasil, o HSBC teve crescimento de 41% no lucro (antes
de impostos) do banco comercial, enquanto a área de serviços financeiros pessoais reportou aumento de 140% no primeiro semestre em relação a
2006. A carteira de crédito
cresceu 26% no período -o financiamento de veículos teve
incremento de 45%, enquanto
o crédito consignado aumentou 83%. No mundo, o HSBC
teve ganho com venda de ações
na China, o que compensou
perdas com empréstimos ruins
nos EUA.
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