São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Teles vêem excesso na CPI dos Grampos

Prestes a ter seu prazo concluído, a CPI dos Grampos causou alvoroço entre as operadoras de telefonia. Em julho deste ano, a comissão aprovou um requerimento solicitando às operadoras fixas e móveis que enviassem os mandados judiciais que autorizaram, em 2007, a quebra de sigilo telefônico de seus clientes.
Na ocasião, estimava-se que 409 mil brasileiros estivessem sob escuta. Segundo um executivo da Claro, o número é muito superior. Ele varia de 2,5 milhões a 3 milhões de grampeados em todas as operadoras.
O número é tão grande porque, em geral, um juiz concede mais de uma quebra de sigilo por mandado. Também acontece de, no decorrer de uma investigação, outros números serem incluídos. Estima-se que cada telefone sob escuta gere outros quatro posteriormente.
A Telefônica confirma o requerimento da CPI e diz que está tentando encontrar com sua equipe jurídica uma forma de colaborar. Outras operadoras também foram consultadas pela Folha. Todas, sem exceção, manifestaram preocupação com o pedido.
Isso porque, caso enviem o cadastro de grampeados à CPI, elas estarão quebrando o sigilo telefônico deles, já que a Justiça não determinou o envio desses dados à comissão. Juristas também temem que, em ano eleitoral, essas informações possam ser usadas ilegalmente na campanha. Por isso, as operadoras estudam enviar uma carta pedindo o cancelamento do requerimento. O prazo máximo para o envio do cadastro vence no dia 30 de agosto.
O secretário da CPI, Saulo Pereira, afirma que não há motivo para estardalhaços. "A CPI só tenta checar se o número de grampeados é maior que os 409 mil", diz. "O objetivo é verificar se há abusos na quebra do sigilo. Por isso pedimos os mandados judiciais."

ALTA ROTAÇÃO
A indústria automobilística atingiu ontem a marca de 6 milhões de carros "flex" produzidos no Brasil, cerca de 23% da frota nacional. Os carros "flex" já representam quase 90% dos automóveis que saem das fábricas.

EM CAMPANHA
O grupo Carrefour doou 43 mil sacolas reutilizáveis para funcionários em todo o país. A ação faz parte de um projeto para incentivar a redução do consumo de sacolas plásticas. Desde abril, nas lojas da rede já foram vendidas mais de 30 mil unidades em 48 lojas em São Paulo e no Paraná.

ATCHIM
Greg Berezuk, diretor de desenvolvimento de vacinas da Baxter BioScience, vem ao Brasil apresentar uma nova tecnologia para produção de vacinas contra a gripe. O pesquisador participará do 2º Simpósio Internacional de Vacinas, que começa no dia 7 em São Paulo.

TUBO DE ENSAIO

A UN Diagnósticos, do grupo Medial, investe R$ 20 milhões e inaugura hoje o centro Viva Medicina Diagnóstica. "O mercado de saúde é segmentado e focamos nas classes A e B", diz Claudio Marote, diretor-executivo da empresa. O grupo fez parceria com o Amcare Labs International, braço do Johns Hopkins Medicine International, um dos centros mais respeitados dos EUA, para fazer intercâmbio de profissionais e lançar novos testes no Brasil.

DE MUDANÇA
Depois de cinco anos no cargo, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, decidiu se afastar do governo. Ele anuncia hoje sua saída. Em seu lugar, assume a técnica Lina Maria Vieira, atual superintendente da regional da Receita em Pernambuco. Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a saída de Rachid já vem sendo negociada há bastante tempo e faz parte de um processo normal de renovação do ministério.

Mineração foi o setor mais rentável em 2007, diz anuário

Entre as ações negociadas em Bolsa no ano passado, os papéis das empresas de mineração foram os que mais se valorizaram, com 90% de rentabilidade. A conclusão está na edição 2008 do anuário "Análise Companhias Abertas: Mapeamento Completo do Mercado Acionário Brasileiro", que acaba de ser lançado.
O levantamento monitorou 342 empresas que tiveram ações negociadas pelo menos uma vez no ano passado. Das 14 carteiras analisadas no anuário, divididas por segmento, 11 se valorizaram.
Depois de mineração, o setor mais rentável foi siderurgia e metalurgia (78%), seguido por energia (58%) e informática e TI (48%).
Abaixo do Ibovespa no ano (43,7%), ficaram as carteiras química (39%), financeira (26%), imobiliária (20%), papel e celulose (19%), saneamento (15%) e telefonia (15%).
As carteiras das empresas com valor de mercado acima de R$ 10 bilhões tiveram valorização de 43%, contra alta de 25% das carteiras das companhias com valor de mercado entre R$ 1 bilhão e R$ 10 bilhões. A carteira das estatais se valorizou em 57% no ano passado.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI e JULIO WIZIACK



Próximo Texto: "Não houve afastamento"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.