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Doha é marcada por conflitos de interesses
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Iniciada em 2001, a rodada
Doha abriu negociações para
a liberalização do comércio
de produtos agrícolas, industriais e de serviços entre os
153 países-membros da
OMC (Organização Mundial
do Comércio).
Prevista para ser concluída
em 2004, a rodada foi retomada em julho do ano passado por ministros de 35 países. A reunião acabou sem
resultados, após esbarrar em
conflito de interesses entre
os países que exportam produtos agrícolas e os que vendem manufaturados.
O colapso de Doha no ano
passado ocorreu basicamente pelos mesmos motivos
que já a perturbavam anteriormente. De um lado, o desejo de grandes países emergentes, como Índia e China,
de protegerem seus agricultores e suas indústrias, que,
segundo eles, ficariam vulneráveis se expostos à concorrência internacional.
Do outro lado, os EUA e,
em certa medida, a União
Europeia, exigiram acesso a
esses mercados em troca do
corte dos subsídios que oferecem ao setor agrícola.
Por fim, as partes não conseguiram chegar a acordo
que agradasse a todos.
A rodada Doha (cujo nome
é uma referência à capital do
Qatar, país onde ela foi iniciada) também trata de questões menores, como a facilitação do transporte de bens
através de fronteiras nacionais e o aperto das regras sob
as quais o comércio internacional é conduzido.
A ausência de um acordo
poderá arranhar a própria
OMC no médio prazo. Caso
os governos não consigam
fechar acordos comerciais
no âmbito da organização,
poderiam relutar mais em
respeitar as regras que já estão em vigor.
Com o "Financial Times"
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