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Argentinos negam ter feito concessões
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
O governo argentino negou ter
feito concessões ao Brasil para poder diminuir as tensões entre os
parceiros comerciais.
O ministro do Interior, Carlos
Corach, afirmou que seu país
"não renunciou a nenhuma posição em suas aspirações". Segundo
Corach, as negociações começarão na quarta-feira, quando autoridades do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se reunirão em
Montevidéu.
No encontro no Uruguai, a Argentina tentará conseguir compensações comerciais do Brasil. O
vizinho brasileiro afirma que o
país sofreu prejuízos com a desvalorização do real e que precisa de
alguma medida a seu favor.
As declarações de Corach tentaram apaziguar protestos internos,
um dia depois do encontro dos
presidentes Carlos Menem e Fernando Henrique Cardoso.
No jantar de quinta-feira em
Brasília, Menem se comprometeu
a excluir o Mercosul da resolução
que permitiria à Argentina adotar
medidas de proteção (salvaguardas) contra a importação de produtos brasileiros.
Segundo o presidente do Uruguai, Julio María Sanguinetti, a
suspensão da ameaça de mais salvaguardas foi um gesto importante de Menem, para remover o
obstáculo que provocou a maior
crise entre os dois principais sócios do Mercosul.
Os analistas argentinos afirmam que a Argentina realmente
cedeu às pressões brasileiras ao
excluir a possibilidade de impor
salvaguardas dentro do Mercosul.
Segundo o ex-secretário de Comércio Exterior da Argentina,
Raúl Ochoa, as declarações de Corach fazem parte do discurso interno. "As mensagens são para a
frente interna. Ninguém pode admitir uma concessão de política
externa num momento de crise
interna", afirmou o ex-secretário.
Os principais jornais argentinos
noticiaram que a Argentina havia
feito concessões ao Brasil para
acalmar os ânimos.
Segundo Ochoa, o importante é
conseguir avançar na reunião de
quarta-feira, para criar mecanismos de compensações dentro das
regras do próprio Mercosul.
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