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ÁGUIA EM TRANSE
Presidente do Fed se defende e diz que apenas a indução de uma recessão conteria a "exuberância irracional"
Para Greenspan, "bolha" era maior que ele
DA REDAÇÃO
O presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Alan
Greenspan, 76, defendeu-se ontem das críticas de que não teria
feito o suficiente para evitar a "bolha" do mercado financeiro nos
anos 90. De acordo com Greenspan, a idéia de que um arrocho
monetário conteria a "exuberância irracional" da década passada
é uma "ilusão".
Para o presidente do Fed, não
fazem sentido as sugestões, feitas
por críticos de sua atuação durante o período, de que um aumento
nos juros esvaziaria a bolha de investimento em ações. "A noção de
que um aperto [na política monetária" bem planejado poderia ter
sido calibrado para prevenir a
"bolha" no final dos anos 90 é, quase com certeza, uma ilusão", afirmou Greenspan, durante uma
simpósio anual de banqueiros em
Jackson Hole (Wyoming), nas
Montanhas Rochosas.
Atualmente, as ações norte-americanas custam, em média,
25% menos do que valiam no auge do boom, no começo de 2000.
O ajuste nas Bolsas, iniciado pela
retração econômica do ano passado e ampliado pelos escândalos
contábeis, atingiu a confiança dos
investidores norte-americanos e
da população de um modo geral,
uma vez que mais da metade das
famílias do país tem aplicações
em ações.
Em sua defesa, o presidente do
Fed afirmou que em outros períodos da história recente (1988-89 e
1994-95) as elevadas taxas de juros não contiveram a valorização
das Bolsas -apenas a desaceleraram. Para Greenspan, apenas a
indução de um período recessivo
poderia ter impedido a "bolha",
mas essa seria "uma consequência que procuraríamos evitar".
Greenspan disse ainda que seria
muito difícil para as autoridades
monetárias do país ter identificado se os preços das ações haviam
chegado a um nível insustentável.
"A despeito de nossas suspeitas,
era muito difícil identificar, de
maneira definitiva, a "bolha" antes
de que seu estouro tenha confirmado sua existência."
Prova das suspeitas de Greenspan é seu vaticínio, emitido em
dezembro de 1996 (quatros anos,
portanto, antes de a "bolha" ter
atingido seu inchaço máximo), de
que os mercados norte-americanos poderiam estar vivendo uma
"exuberância irracional".
Com agências internacionais
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