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TRANSPORTES
TCU suspendeu processo
Governo quer privatizar rodovias ainda em 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo ainda acha possível
realizar neste ano a licitação para
a concessão de rodovias federais
para exploração por meio de cobrança de pedágio. O processo se
arrasta desde 1999 e foi suspenso
pela última vez em julho, quando
o TCU (Tribunal de Contas da
União) impediu que o Ministério
dos Transportes publicasse os
editais e pediu mais informações.
Ontem, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o ministro Alfredo Nascimento (Transportes)
estiveram com o ministro Adylson Motta, presidente do TCU,
para tratar do assunto. Na saída,
se mostraram otimistas. Ao ser
questionada se seria possível fazer
a licitação ainda neste ano, Dilma
respondeu: "Acho possível, acho
perfeitamente possível". O ministro dos Transportes, que estava ao
seu lado, completou: "Sou mais
otimista, nós vamos fazer".
Quando suspendeu a publicação dos editais, o TCU concluiu,
com base em estudos preliminares, que o valor estimado para os
investimentos das concessionárias estava alto demais. Como os
valores são repassados para as tarifas cobradas do usuário, o pedágio poderia ser fixado em um patamar desnecessariamente alto.
"O objetivo é que esse não seja
um processo que nós fiquemos
em uma posição, e o tribunal, na
outra", disse Dilma. "Nós temos o
objetivo da modicidade tarifária,
assegurando para o investidor a
justa rentabilidade. Ninguém vai
achar que alguém vai investir sem
um retorno justo, tampouco nós
queremos que o consumidor pague mais pelo pedágio que o necessário", afirmou a ministra.
Nascimento disse que o governo está disposto a mudar os critérios. "Dá para fazer revisão em tudo. A gente vai juntar todas as experiências para chegar à tarifa que
seja ideal para o usuário."
"Há uma boa vontade de ambos
os lados. Depende das informações que serão trazidas. O tribunal está com sua equipe totalmente à disposição para fazer no menor prazo possível", disse o ministro Adylson Motta, presidente
do TCU. "Qualquer cautela agora
é um aborrecimento futuro que se
está evitando", afirmou.
Os estudos do ministério indicam tarifa máxima entre R$ 4,70 e
R$ 5,60 para cada trecho de aproximadamente cem quilômetros.
Os investimentos das empresas
privadas que vão explorar as rodovias, de acordo com o modelo,
seriam de aproximadamente R$
14 bilhões ao longo do período da
concessão, que é de 25 anos.
Lotes
O governo tenta privatizar oito
trechos de rodovias federais, que
somam aproximadamente 3.000
quilômetros. Entre elas, estão as
rodovias Régis Bittencourt (São
Paulo-Curitiba) e Fernão Dias
(São Paulo-Belo Horizonte). O
Espírito Santo pediu para retirar
um dos trechos (o da BR-101 que
atravessa o Estado), por não concordar com o modelo proposto.
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