São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2006

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Meta de superávit fiscal será mantida em 4,25% até 2009, afirma Bernardo

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou ontem que o governo pretende manter até 2009 a atual meta de superávit primário, equivalente a 4,25% do PIB.
De acordo com o ministro, as contas da Previdência no ano fecharão no vermelho em R$ 41 bilhões, resultado melhor do que os R$ 44 bilhões esperados pela equipe econômica. O rombo de 2007, em contrapartida, será maior - um déficit de R$ 45 bilhões.
Bernardo participou ontem pela manhã de evento promovido, em São Paulo, pela consultoria Tendências.
A declaração do ministro esclarece dúvida surgida há dois dias, com a divulgação do plano de governo do PT para a eleição presidencial.
O documento defende a "elevação substancial dos investimentos, especialmente públicos e nacionais". Também considera importante "o fortalecimento da iniciativa do Estado, das empresas estatais e do sistema financeiro público".
O texto prevê também redução de taxas de juros, além de incremento na arrecadação de tributos e previdenciária - sem novas reformas em ambos os sistemas. Conforme Bernardo, encolher a carga tributária é algo possível de ser feito apenas de "forma gradual".
O programa petista, no entanto, deixou de explicitar como a equipe econômica conseguirá combinar mais gastos públicos a menos impostos e, ao menos tempo, manter o equilíbrio das contas públicas.
No evento da Tendências, Paulo Bernardo observou que o programa não tocou em questões como a cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) ou a DRU (Desvinculação de Recursos da União). O motivo, disse, é que não serão tratadas nos primeiros momentos no caso de um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro, contudo, disse que ambos os temas são importantes e necessitam ser debatidos. "Sem consenso, teremos de dar uma solução provisória e de curto prazo."
O ministro do Planejamento também informou que uma comissão interministerial trabalha no redesenho da legislação trabalhista, tida como obsoleta.
Na última segunda-feira, Paulo Bernardo afirmou que a economia brasileira crescerá entre 4% e 4,5% no ano.
Quanto às projeções dos analistas de mercado, mais pessimistas, o ministro do Planejamento, à ocasião de suas declarações, foi categórico: "São todas feitas "no chute'".


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