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Parecer diz
que ministério
pode intervir
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em sua disputa para forçar
a Anatel a alterar uma decisão sobre acesso à internet
de alta velocidade sem fio, o
Ministério das Comunicações dispõe de um parecer da
AGU (Advocacia Geral da
União) avaliando que o Executivo pode determinar à
agência rever e reformular
decisões que descumpram
políticas estabelecidas pelo
governo para o setor.
Segundo a AGU, vinculada
à Presidência da República,
quem decide se a agência
descumpriu ou não políticas
para o setor é o próprio Ministério das Comunicações.
Como o ministro Hélio Costa
já disse que, no caso de acesso à internet em alta velocidade sem fio, há uma política
e ela está sendo descumprida, estaria aberta a possibilidade de intervenção, mas a orientação do Palácio do Planalto era que esse caminho
seja evitado.
A Anatel, agência reguladora de telecomunicações,
não poderia recorrer porque
sua consultoria jurídica é subordinada à própria AGU.
Questionamentos
No final de maio, antes da
polêmica atual, o Ministério
das Comunicações consultou a AGU, por meio do ofício
462/2006, a respeito de outra norma editada em fevereiro pela agência para regulamentar o uso das freqüências normalmente destinadas à TV por assinatura via microondas (MMDS, Multichannel Multipoint Distribution Service).
Na consulta, o ministério
fez cinco questionamentos.
Perguntou, entre outras coisas, se a agência de telecomunicações havia "extrapolado
suas competências" e se, em
caso positivo, o ministério
poderia "determinar a anulação do ato da agência".
A AGU respondeu por
meio da nota 32/2006. "Se a
destinação conferida pela
Anatel ao espectro de freqüências (...) impactar negativamente nas políticas estabelecidas pelo Ministério das
Comunicações para o programa de inclusão digital, a
supervisão ministerial sobre
a agência admite que sejam
adotadas providências no
sentido de preservar as diretrizes traçadas pelo ministério para o setor regulado, inclusive revendo administrativamente o ato daquela entidade", escreveu o consultor
Marcelo de Siqueira Freitas.
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