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Grandes anúncios de Lula nem sempre se concretizaram no tamanho esperado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os grandes anúncios do governo Lula nem sempre se concretizaram de acordo com a euforia do discurso político. O
exemplo mais recente é o das
reservas do campo de Mexilhão, na bacia de Santos, descoberta que supostamente seria a
redenção dos problemas de
abastecimento de gás no Brasil.
Desde o seu anúncio, em
2003, até hoje, o governo já
anunciou a antecipação da entrada do gás de Mexilhão no
mercado para 2008 mais de
uma vez, mas isso ainda não
aconteceu. Na verdade, segundo a Petrobras, o gás de Mexilhão deverá começar a ser produzido entre o final do ano que
vem e o início de 2010.
A própria capacidade de produção do campo já teve vários
números. O governo chegou a
falar em produção de até 54 milhões de m3 por dia a partir deste ano. Para a Petrobras, a produção, quando começar, deverá ficar em 15 milhões de m3.
O campo de Mexilhão não é o
único projeto a se desconectar
do discurso do governo. Na lista de grandes anúncios que
nunca se concretizaram, também figura o H-Bio, anunciado
pelo governo em maio de 2006.
Ele era uma mudança no processo industrial de produção de
óleo diesel, na qual um óleo vegetal (principalmente o de soja) entraria no processo produtivo, substituindo o petróleo.
Em tese, o H-Bio reduziria a
necessidade de importação de
óleo diesel, diminuindo a dependência externa e ajudando
a balança comercial. O programa não andou porque o preço
do óleo de soja subiu muito e
seu uso na produção de diesel
encareceria o combustível.
No caso do pré-sal, a real extensão dos reservatórios somente será conhecida a partir
do próximo ano, depois dos
testes que serão feitos pela Petrobras. A estatal ainda não divulgou uma previsão oficial.
Outra grande mudança regulatória no país que nunca deixou de ser apenas discurso do
governo foi a reformulação das
agências reguladoras. Alvo
principal do governo Lula em
2003, as agências foram acusadas de terem autonomia demais e de estarem usurpando o
papel do próprio governo.
O governo federal afirmou
que reduziria o papel delas, ouviu várias críticas dos principais investidores privados em
infra-estrutura e desistiu da
idéia. Um projeto chegou a ser
enviado ao Congresso Nacional, com poucas mudanças em
relação ao quadro atual, mas
nem mesmo essa iniciativa teve andamento.
(HM e VC)
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