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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Vendas diretas crescem 18% no semestre
Mesmo com a crise, as vendas diretas se mantiveram
aquecidas no Brasil. No primeiro semestre deste ano, o setor
movimentou cerca de R$ 9,586
bilhões, o que representa um
crescimento de 18,3% ante o
mesmo período de 2008, segundo a ABEVD (Associação
Brasileira de Vendas Diretas).
Para Lírio Cipriani, presidente da entidade, o principal
motivo para o aumento foi o fato de o setor operar com pagamento à vista, e não ter, portanto, se ressentido do impacto da
escassez de crédito.
Cipriani afirma que houve
um aquecimento da comercialização de produtos de cuidados pessoais -que respondem
por 88% da receita do setor- e
de suplementos nutricionais
(6%), em parte para compensar
a frustração do consumidor de
não poder trocar bens duráveis,
como a TV ou o carro, ou pelo
adiamento de uma viagem.
O setor também atraiu mais
trabalhadores desde o aprofundamento da crise, que abalou o
emprego. No primeiro semestre de 2009, a ABEVD registrou
aumento de 17,8% no número
de revendedores autônomos,
em comparação com o mesmo
período do ano passado, chegando a 2,221 milhões de pessoas no país.
"Em meio às dificuldades de
alguns setores que demitiram
na crise, afetando a renda familiar, a atividade do revendedor
autônomo em vendas diretas
atraiu muita gente em busca de
uma renda complementar. Mas
não foi apenas isso. O crucial foi
que o crédito, que ficou escasso
na recessão, não é tão relevante
nas vendas diretas."
A consequência do grande
aumento do número de revendedores no setor foi a redução
da quantidade de itens comercializados por revendedor, que
caiu 5,5% no período, em relação aos 368,8 itens per capita
registrados há um ano.
De acordo com o presidente
da ABEVD, a entrada de tantos
novos revendedores, ainda
inexperientes, reduz temporariamente o índice de venda média por revendedor.
FIAÇÃO
Paulo Mayon deixou a presidência da Anace (Associação
Nacional dos Consumidores de Energia) para lançar uma comercializadora de energia no mercado brasileiro. A Compass, que vai iniciar suas atividades no dia 10 com um leilão
de energia com a negociação de até 20 MW médios para
2010, nasce com capital de R$ 3 milhões. Segundo Mayon, a
empresa não vai oferecer só compra e venda de energia.
"Pretendemos gerir riscos na comercialização de energia e
oferecer estruturas de proteção de preços." Marcelo Parodi,
que integra o conselho consultivo da nova empresa e é co-gestor da Comerc, diz que a Compass vai trazer profissionais
para dar um viés financeiro à empresa. "O mercado financeiro se especializou em tantas commodities e ativos, mas
não se aproximou do setor elétrico. Tentaremos fazer essa
aproximação", diz Mayon. O edital do primeiro leilão será
publicado hoje. O preço mínimo será R$ 100/MWh.
Empresa brasileira exporta pneu velho para a Inglaterra
A BS Colway fez a primeira
exportação brasileira de pneus
inservíveis para a Europa neste
mês. Foram exportados à Inglaterra dois contêineres com
25 toneladas de pneu cada um.
O objetivo é obter autorização
para importar a mesma quantidade de pneus usados, matéria-prima dos pneus remoldados.
Hoje, há barreiras para importação de pneus usados ao
Brasil. A venda de inservíveis à
Europa, usados como combustível para a indústria, foi a forma que a BS encontrou para liberar a importação.
A BS saiu do mercado de remoldados em 2008. Fechou sua
fábrica de Piraquara (PR), que
chegou a produzir 200 mil
pneus remoldados por mês, demitiu 1.200 funcionários e virou importadora da marca de
pneu Maxxis, de Taiwan.
A empresa ainda briga na
Justiça para importar pneus
usados. Sua antiga fábrica armazena máquinas e 285 mil
pneus velhos, que não foram liberados para entrar no país. Segundo Francisco Simeão Neto,
presidente da BS Colway, o estoque vale R$ 5 milhões e as
máquinas, R$ 20 milhões.
"Se o mercado de remoldados renascer, podemos recuperar R$ 25 milhões com a venda
da matéria-prima e das máquinas a outros fabricantes."
DOR
A Pfizer lançou no Brasil o
medicamento Lyrica (pregabalina), criado para tratar
dor crônica.
PRATO
O Outback Steakhouse
abre, amanhã, unidade no
RibeirãoShopping. Foram
investidos R$ 4,5 milhões.
CINEMA
O Grupo Santander vai
financiar o desenvolvimento do projeto de quatro filmes longa-metragem, com o valor de R$ 50
mil para cada um. Os projetos serão selecionados
em concurso feito em parceria com a Prefeitura de
Porto Alegre e com a Associação Profissional dos
Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul
para estimular o desenvolvimento de projetos de
produções independentes.
PERNAS
A fabricante de meias Lupo fez seu primeiro embarque de meias masculinas para Dubai. A empresa também fechou com o Qatar, para enviar, em setembro,
meias e outros produtos. As
exportações da Lupo para
países do Oriente Médio,
que crescem há quatro anos,
exigiram adaptações. Para a
Arábia Saudita, por exemplo,
as embalagens de meias femininas não podem ter imagens de pernas de mulher.
SALA DE AULA
Tom Hodson, presidente
da fabricante de hardwares e
softwares para educação
Smart Technologies, desembarcou no Brasil na semana
passada para a abertura do
escritório local da empresa.
SACO
A CPFL Energia fez parceria com o Ministério do
Meio Ambiente na campanha "Saco é um Saco". Até
outubro, 5 milhões de clientes da concessionária receberão, na conta de luz, dicas
para reduzir o uso de sacolas
plásticas.
DE PASSAGEM
Paul Price, presidente
mundial da Rapp Collins
Worldwide, provedora de
marketing direto, desembarca no Brasil amanhã. Ele vem
conhecer a subsidiária brasileira, que responde por mais
de 80% da receita da América Latina.
PORTUGUÊS
O enólogo Ricardo Pinto
Correia, da Casa Santos Lima, vem ao Brasil nesta semana, a convite da Viniportugal. Ele participará de degustações de vinhos da região de Lisboa.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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