São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Vendas diretas crescem 18% no semestre

Mesmo com a crise, as vendas diretas se mantiveram aquecidas no Brasil. No primeiro semestre deste ano, o setor movimentou cerca de R$ 9,586 bilhões, o que representa um crescimento de 18,3% ante o mesmo período de 2008, segundo a ABEVD (Associação Brasileira de Vendas Diretas).
Para Lírio Cipriani, presidente da entidade, o principal motivo para o aumento foi o fato de o setor operar com pagamento à vista, e não ter, portanto, se ressentido do impacto da escassez de crédito.
Cipriani afirma que houve um aquecimento da comercialização de produtos de cuidados pessoais -que respondem por 88% da receita do setor- e de suplementos nutricionais (6%), em parte para compensar a frustração do consumidor de não poder trocar bens duráveis, como a TV ou o carro, ou pelo adiamento de uma viagem.
O setor também atraiu mais trabalhadores desde o aprofundamento da crise, que abalou o emprego. No primeiro semestre de 2009, a ABEVD registrou aumento de 17,8% no número de revendedores autônomos, em comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 2,221 milhões de pessoas no país.
"Em meio às dificuldades de alguns setores que demitiram na crise, afetando a renda familiar, a atividade do revendedor autônomo em vendas diretas atraiu muita gente em busca de uma renda complementar. Mas não foi apenas isso. O crucial foi que o crédito, que ficou escasso na recessão, não é tão relevante nas vendas diretas."
A consequência do grande aumento do número de revendedores no setor foi a redução da quantidade de itens comercializados por revendedor, que caiu 5,5% no período, em relação aos 368,8 itens per capita registrados há um ano.
De acordo com o presidente da ABEVD, a entrada de tantos novos revendedores, ainda inexperientes, reduz temporariamente o índice de venda média por revendedor.

FIAÇÃO
Paulo Mayon deixou a presidência da Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia) para lançar uma comercializadora de energia no mercado brasileiro. A Compass, que vai iniciar suas atividades no dia 10 com um leilão de energia com a negociação de até 20 MW médios para 2010, nasce com capital de R$ 3 milhões. Segundo Mayon, a empresa não vai oferecer só compra e venda de energia. "Pretendemos gerir riscos na comercialização de energia e oferecer estruturas de proteção de preços." Marcelo Parodi, que integra o conselho consultivo da nova empresa e é co-gestor da Comerc, diz que a Compass vai trazer profissionais para dar um viés financeiro à empresa. "O mercado financeiro se especializou em tantas commodities e ativos, mas não se aproximou do setor elétrico. Tentaremos fazer essa aproximação", diz Mayon. O edital do primeiro leilão será publicado hoje. O preço mínimo será R$ 100/MWh.

Empresa brasileira exporta pneu velho para a Inglaterra

A BS Colway fez a primeira exportação brasileira de pneus inservíveis para a Europa neste mês. Foram exportados à Inglaterra dois contêineres com 25 toneladas de pneu cada um. O objetivo é obter autorização para importar a mesma quantidade de pneus usados, matéria-prima dos pneus remoldados.
Hoje, há barreiras para importação de pneus usados ao Brasil. A venda de inservíveis à Europa, usados como combustível para a indústria, foi a forma que a BS encontrou para liberar a importação.
A BS saiu do mercado de remoldados em 2008. Fechou sua fábrica de Piraquara (PR), que chegou a produzir 200 mil pneus remoldados por mês, demitiu 1.200 funcionários e virou importadora da marca de pneu Maxxis, de Taiwan.
A empresa ainda briga na Justiça para importar pneus usados. Sua antiga fábrica armazena máquinas e 285 mil pneus velhos, que não foram liberados para entrar no país. Segundo Francisco Simeão Neto, presidente da BS Colway, o estoque vale R$ 5 milhões e as máquinas, R$ 20 milhões.
"Se o mercado de remoldados renascer, podemos recuperar R$ 25 milhões com a venda da matéria-prima e das máquinas a outros fabricantes."

DOR
A Pfizer lançou no Brasil o medicamento Lyrica (pregabalina), criado para tratar dor crônica.

PRATO
O Outback Steakhouse abre, amanhã, unidade no RibeirãoShopping. Foram investidos R$ 4,5 milhões.

CINEMA
O Grupo Santander vai financiar o desenvolvimento do projeto de quatro filmes longa-metragem, com o valor de R$ 50 mil para cada um. Os projetos serão selecionados em concurso feito em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre e com a Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul para estimular o desenvolvimento de projetos de produções independentes.

PERNAS
A fabricante de meias Lupo fez seu primeiro embarque de meias masculinas para Dubai. A empresa também fechou com o Qatar, para enviar, em setembro, meias e outros produtos. As exportações da Lupo para países do Oriente Médio, que crescem há quatro anos, exigiram adaptações. Para a Arábia Saudita, por exemplo, as embalagens de meias femininas não podem ter imagens de pernas de mulher.

SALA DE AULA
Tom Hodson, presidente da fabricante de hardwares e softwares para educação Smart Technologies, desembarcou no Brasil na semana passada para a abertura do escritório local da empresa.

SACO
A CPFL Energia fez parceria com o Ministério do Meio Ambiente na campanha "Saco é um Saco". Até outubro, 5 milhões de clientes da concessionária receberão, na conta de luz, dicas para reduzir o uso de sacolas plásticas.

DE PASSAGEM
Paul Price, presidente mundial da Rapp Collins Worldwide, provedora de marketing direto, desembarca no Brasil amanhã. Ele vem conhecer a subsidiária brasileira, que responde por mais de 80% da receita da América Latina.

PORTUGUÊS
O enólogo Ricardo Pinto Correia, da Casa Santos Lima, vem ao Brasil nesta semana, a convite da Viniportugal. Ele participará de degustações de vinhos da região de Lisboa.

com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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