São Paulo, segunda-feira, 31 de agosto de 2009

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Comitê do BC se reúne na quarta para definir juros

Decisão sobre taxa Selic é a mais aguardada da semana

DA REPORTAGEM LOCAL

A semana traz carregada agenda de eventos econômicos, tanto no Brasil como no exterior. Dados de emprego, juros, PIB e varejo recheiam os próximos dias e prometem influenciar os mercados mundiais.
Os números da produção industrial no país em julho abrem a semana. A expectativa é que a taxa mostre retração de 10% em 12 meses. No primeiro semestre do ano, a produção da indústria brasileira caiu 13,4% -o pior índice da série histórica do IBGE, iniciada em 1976.
Hoje também serão conhecidos dados de inflação na zona do euro. Nos Estados Unidos, sai o resultado da atividade manufatureira, segundo a medição do Fed (o banco central dos EUA) regional de Dallas.
A agenda se intensifica amanhã. Na Europa, os destaques ficam com o crédito ao consumidor na Inglaterra e a taxa de desemprego na Alemanha. Já os norte-americanos irão se deparar com uma extensa lista de informações, como gastos com construção, confiança do consumidor, vendas de casas usadas e de veículos.
"Na agenda doméstica, a decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] sobre a taxa Selic deve monopolizar as atenções. Acreditamos que o colegiado do BC [Banco Central] vá manter inalterada a taxa, uma vez que esse foi o sinal mais evidente na última ata. Lá fora, dados como o PIB da União Europeia se destacam", afirma, em relatório, a Gradual Investimentos.
A quarta-feira deve ser o dia mais agitado da semana. No Brasil, há a reunião do Copom. Nos EUA, a divulgação da ata do mais recente encontro do Fomc (comitê do BC que define os juros). Na Europa, o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre do ano será conhecido. A expectativa é que tenha caído 0,10%.
Para o economista sênior do Santander Asset Management, Ricardo Denadai, a taxa básica Selic será mantida nos atuais 8,75% anuais na reunião do Copom que acaba na quarta-feira.
"Avaliamos que o cenário econômico doméstico segue equilibrado, com dados recentes indicando desaceleração da inflação corrente e continuidade da recuperação da atividade econômica, com destaque para o mercado de trabalho. Por isso não julgamos necessário estímulo monetário adicional", afirma Denadai.
"Mantemos nossa expectativa de que a Selic ficará estável em 8,75% anuais por um longo período, pois a velocidade da recuperação não gerará pressões inflacionárias, dada a ainda elevada ociosidade da economia brasileira", diz.
Na quinta-feira é a vez de o BCE (Banco Central Europeu) definir sua taxa de juros. A expectativa do mercado é que o BCE mantenha a sua taxa no patamar atual -1% ao ano.
Um relevante termômetro da economia norte-americana também será conhecido na quinta-feira. Nesse dia, saem os dados das vendas no varejo dos Estados Unidos. Dado o elevado peso do consumo no PIB da maior economia do mundo, esses números têm força para mexer com o mercado.
Para completar o painel, a sexta-feira trará os números do mercado de trabalho norte-americano. As projeções indicam que deve ter havido aumento na taxa de desemprego nos Estados Unidos. Após registrar recuo e ficar em 9,4% em julho, a taxa de desemprego voltará a subir, na visão do mercado, para 9,5% em agosto.
Antes de começar a ceder de fato, espera-se que o desemprego ainda suba um pouco nos EUA. Até mesmo a Casa Branca concorda com essa visão mais pessimista e conta com a possibilidade de o desemprego alcançar os 10%.


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