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FolhaInvest
Bovespa deve perder ritmo depois de forte valorização
Preço de ações ainda pode aumentar, mas avanço tende a ser menos intenso
Investidor precisa escolher papéis com calma e não ter pressa para lucrar; previsão é que Bovespa feche o ano entre 60 mil e 62 mil pontos
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após alcançar seu maior nível desde o fim de julho de
2008, a Bovespa mostrou dificuldades para dar prosseguimento a sua escalada. Na semana passada, os pregões foram
marcados por baixa oscilação.
O resultado foi uma queda ínfima de 0,05% no período.
Para analistas, apesar de a
perspectiva ainda ser de alta
para a Bolsa até o fim do ano, o
ímpeto demonstrado nos últimos meses perdeu força. A Bovespa tende a subir, mas num
ritmo moderado. Nesse cenário, escolher ações com calma e
ter paciência para conquistar
retornos é fundamental.
A previsão de muitas corretoras aponta para a Bovespa
entre 60 mil e 62 mil pontos em
dezembro, o que daria um ganho na faixa de 4% a 7,5% até o
fim do ano. Pode parecer pouco, mas os fundos de renda fixa
devem pagar aproximadamente 10% no acumulado de 2009.
A Bolsa já subiu 53,66% no ano.
"A Bolsa não é mais uma barganha, como era há alguns meses. Apesar de o cenário ainda
ser de alta, o ganho potencial
hoje é muito menor", afirma
Paulo Esteves, analista-chefe
da Gradual Investimentos. Esteves diz que "a divulgação de
dados econômicos positivos
tem tido uma resposta mais
branda do mercado".
Aos 57,7 mil pontos, a Bovespa está ainda distante de seu pico histórico -os 73.516 pontos
de 20 de maio do ano passado,
antes de a crise internacional
abalar os mercados. Para retomar sua máxima, a Bolsa teria
de subir mais de 27%. A pontuação das Bolsas oscila com a
variação dos preços das ações.
Quanto maior a pontuação,
mais caras estão as ações.
"O mercado deu uma congestionada, talvez para acumular
forças para tentar romper os 58
mil pontos. Se olharmos o cenário econômico, não há nada
que indique que o mercado vai
ceder. O máximo de negativo
que deve ocorrer são realizações de lucro de curto prazo",
afirma Álvaro Bandeira, diretor
da corretora Ágora.
É chamada de realização de
lucro a venda de ações para o
investidor embolsar ganhos
acumulados, e não por entender que o cenário para a companhia passou a ser ruim.
Escolhas
Um dos setores que Bandeira
avalia ser interessante na Bolsa
hoje é o de construção civil. "O
setor tem subido bastante, mas
vai bem e pode ganhar mais fôlego", diz. Quem está atento às
perspectivas de expansão do
setor imobiliário, com os programas de incentivo do governo, já lucrou consideravelmente neste ano. A ação ON da Rossi Residencial tem valorização
de 233,78% em 2009. Para Gafisa ON, a alta é de 174,98%.
Setores ligados ao desempenho da economia doméstica
também têm sido lembrados.
Isso porque a economia caminha para ganhar maior fôlego
nos próximos trimestres.
Entre as recomendações da
Gradual, aparecem empresas
do setor elétrico, como Transmissão Paulista e AES Tietê.
O segmento pode ser beneficiado tanto pela recuperação da
indústria como pelo aumento
do consumo.
Na opinião de Bandeira, da
Ágora, o setor bancário era um
que estavam bastante atrasados em relação ao ritmo da Bolsa. "Os bancos têm ganhado
mais fôlego, mas ainda têm espaço [para subir]." As ações dos
dois maiores bancos privados
do país, por exemplo, estão com
resultado inferior ao registrado
pela Bovespa em 2009. A ação
PN do Bradesco está com ganho anual de 39,15%, e a do Itaú
Unibanco tem alta de 38,67%.
De qualquer forma, os analistas lembram que não dá para
afirmar com certeza nem que a
Bolsa vá subir nem acertar com
precisão as ações que irão se
destacar. Sinais negativos na
economia mundial, que afugentem o capital externo da
Bolsa, podem estragar expectativas e previsões, a exemplo do
que ocorreu no fim de 2008.
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