|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bolsa cai 3,41%, mas escapa do vermelho no mês
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O último dia útil de outubro
foi bastante ruim para o mercado financeiro global. Em meio a
dados não muito animadores
na economia norte-americana,
os investidores preferiram se
desfazer de ativos de risco, o
que abateu as Bolsas de Valores
pelo mundo. Na Bovespa, a
queda ficou em 3,41%.
Mas, apesar do resultado negativo de ontem, a Bovespa
consegui escapar do vermelho
no mês -registrou pequena alta de 0,05% no período-, encerrando aos 61.545 pontos.
O resultado do mercado acionário acabou por ser, assim, inferior ao oferecido pelas aplicações que pagam juros no mês.
Os fundos DI e renda fixa, que
carregam títulos públicos e privados que rendem juros, deram
na média pouco mais de 0,70%.
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) pagou 0,63% no
mês. E a poupança, 0,50%.
Já na comparação anual, a
Bolsa tem ampla vantagem:
com apreciação acumulada de
63,9%, mantém-se muito à
frente dos outros tipos de investimento. Em 2009, os fundos de renda fixa já renderam
cerca de 8,9%; os CDBs, 8,1%; e
a poupança deu 5,8%.
Para o dólar, que ontem subiu 1,5% e alcançou R$ 1,757, o
resultado mensal foi de baixa
de 0,85% diante do real.
A grande dúvida dos investidores agora é como se comportará o mercado acionário no último bimestre do ano.
Alexandre Lintz, estrategista-chefe para América Latina
do banco BNP Paribas, diz que
os mercados têm altas muito
elevadas acumuladas, o que faz
com que sinais econômicos diferentes do esperado "estimulem realizações" -venda de ativos para embolsar ganhos.
Ontem o que incomodou o
mercado foram os dados que
mostraram retração nos gastos
e na confiança do consumidor
dos EUA.
Se o consumo enfraquece, a recuperação da maior economia
do mundo pode acabar sendo
mais lenta que o desejado.
O índice Dow Jones, um dos
principais de Wall Street, perdeu 2,51% ontem. Na Europa,
foi a queda de 3,9% em setembro nas vendas no varejo da
Alemanha que decepcionou. A
Bolsa de Frankfurt terminou
com perdas de 3,09%. Em Londres, houve baixa de 1,81%.
Oscilações intensas
A semana foi marcada por
fortes oscilações no mercado
acionário. O resultado final para o índice Ibovespa (que reúne
as 63 ações brasileiras mais negociadas) foi bem ruim, com
depreciação acumulada de
5,40% na semana.
"Entendo que é natural a
queda das ações, diante da alta
contínua dos preços que vemos
desde março", diz Alexandre
Maia, economista-chefe da Gap
Asset Management.
A ação ON da Embraer liderou as perdas no pregão de ontem, com recuo de 10,60%.
Na semana, houve 59 baixas
entre as 63 ações do Ibovespa.
A maior queda no período ficou
com VCP ON (-14,52%).
Além da virada do cenário internacional nos últimos dias, a
Bolsa brasileira foi prejudicada
pela decisão do governo de taxar o capital externo com 2% de
IOF. O saldo das operações dos
estrangeiros, apesar de ainda
estar positivo no último balanço divulgado pela BM&FBovespa, sofreu redução expressiva
desde o anúncio da taxação, na
noite do dia 19.
O saldo dos negócios realizados com capital externo estava
positivo em R$ 5,02 bilhões no
dia 19 -a cifra mostra em quanto as compras de ações superaram as vendas. No dia 28, havia
recuado para R$ 1,51 bilhão.
Como o Ibovespa ainda computa valorização de 119,6% em
dólares no ano, os estrangeiros
têm gordura para queimar.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Eletrodomésticos: Preço de máquina de lavar cai 7,6% com IPI menor, diz FGV Índice
|