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RECEITA
Secretário afirma que CPMF deveria ser mantida
Arrecadação de impostos bate recorde e aumenta mais de 8%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A arrecadação de impostos fechará o ano com mais um recorde: os tributos recolhidos pelo governo somarão R$ 232,2 bilhões,
o que representa um crescimento
real (considerado o efeito da inflação) de 8,53% sobre os números
de 2001.
O secretário da Receita Federal,
Everardo Maciel, apontou os aumentos na arrecadação de impostos como avanços conquistados
na sua gestão e sugeriu que o próximo governo lance mão de receitas extraordinárias, como a cobrança de impostos contestados
na Justiça, para manter a arrecadação elevada.
Maciel também sugeriu que a
CPMF "jamais deveria ser excluída do sistema tributário brasileiro". Segundo ele, a CPMF se revelou um tributo de fácil arrecadação e difícil sonegação. "É muito
eficiente para ser eliminada", afirmou.
Sem mencionar diretamente o
partido, ele criticou proposta já
defendida por alguns integrantes
do PT de criar novas alíquotas para o Imposto de Renda da pessoa
física. "Introduzir muitas alíquotas é sinônimo de maior complexidade e maior sonegação e evasão", disse.
Segundo o secretário, houve
uma mudança no perfil da arrecadação de impostos no Brasil entre
94 e 2002. De lá para cá, o crescimento real da arrecadação foi de
54,91%. Pelos números apresentados pelo secretário, o Imposto
de Renda pago pelas empresas
cresceu mais do que a das pessoas
físicas.
No conjunto, o Imposto de Renda arrecadado no período aumentou 88,75%. O IR das pessoas
físicas cresceu 35,17%, enquanto
o das pessoas jurídicas subiu
141,33%.
Everardo ressaltou também que
o IR retido na fonte sobre os rendimentos de capital (como ganhos no mercado financeiro) aumentou bem mais do que o incidente sobre o trabalho. No primeiro caso, o aumento foi de
42,83%. No segundo, de 93,92%.
"A tributação se deu francamente
mais na renda do que no consumo e francamente mais sobre o
capital do que sobre o trabalho",
disse.
A arrecadação de IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
caiu 21,02% em termo reais. Isso
ocorreu porque a inflação no período (calculada pelo IGP-DI) foi
maior do que os aumentos de arrecadação desses impostos.
O total recolhido sobre as remessas de recursos para o exterior cresceu 130,83% durante os
dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.
Sugestões e ressalvas
O secretário deu algumas sugestões sobre onde o próximo governo pode conseguir receitas extraordinárias. Uma delas diz respeito a impostos represados, devido a contestações na Justiça.
Segundo Everardo, o aumento
de 2% para 3% da alíquota da Cofins em 1999 gerou muitas ações
para barrar a elevação da contribuição. De acordo com ele, o STF
(Supremo Tribunal Federal) decidiu agora em dezembro que o aumento da alíquota é constitucional. Isso criaria jurisprudência
para que as empresas que contestaram o aumento da cobrança paguem o imposto devido. Everardo
disse que o potencial de arrecadação por conta dessas ações é da
ordem de bilhões de reais.
Segundo o secretário, outra fonte de receita se encontra nos ativos dos bancos em liquidação extrajudicial, como o Nacional e o
Econômico. Essas instituições detêm em suas carteiras bilhões em
títulos cambiais federais. Quando
esses papéis forem a leilão -para
que as liquidações possam ser
suspensas-, a Receita tributará
os ganhos. Everardo estima que
possam ser arrecadados com esses títulos mais de R$ 2,5 bilhões.
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