|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Câmbio substitui juros como dor de cabeça do setor em 2007
DA REPORTAGEM LOCAL
A boa notícia é que os juros
atormentarão cada vez menos a
indústria. As taxas brasileiras
ainda estão entre as maiores do
mundo, mas estão caindo, e a
expectativa do setor industrial
é que a queda continue. Mas, a
partir de 2007, o câmbio toma o
lugar dos juros como a grande
dor de cabeça do setor.
"O cenário tem uma melhora
pelo lado dos juros. O que é
muito preocupante é o câmbio", diz José Ricardo Roriz
Coelho, diretor do Departamento de Competitividade da
Fiesp. Ele argumenta que mesmo os setores que contam com
alguma proteção tarifária estão
expostos à concorrência de importados excessivamente baratos por conta da valorização do
real ante o dólar. "Um produto
que tinha uma proteção de
14%, por exemplo. Hoje essa
proteção é negativa, se considerarmos o efeito da valorização
cambial", diz.
A alta carga tributária é outra
preocupação dos industriais e
seria o outro nó a ser desatado
para que a economia voltasse a
crescer a taxas menos anêmicas do que as dos últimos anos.
O governo costuma acenar
com medidas pontuais, como
redução de impostos para alguns setores ou com adoção de
incentivos que comporiam
uma política industrial. O setor
industrial, é claro, não rejeita
nenhum benefício que torne os
negócios mais fáceis, mas pede
mudanças mais generalizadas.
"Política industrial é importante. Mas nós queremos e preferimos medidas horizontais", diz
Josué Gomes da Silva, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento
Industrial).
Medidas horizontais são as
que têm impacto sobre todo o
tecido industrial: redução de
impostos, desvalorização cambial e queda de juros.
Texto Anterior: Qualquer que seja o tamanho, empresa sofre do "ambiente sistêmico", diz painel Próximo Texto: Frases Índice
|