São Paulo, domingo, 31 de dezembro de 2006

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Câmbio substitui juros como dor de cabeça do setor em 2007

DA REPORTAGEM LOCAL

A boa notícia é que os juros atormentarão cada vez menos a indústria. As taxas brasileiras ainda estão entre as maiores do mundo, mas estão caindo, e a expectativa do setor industrial é que a queda continue. Mas, a partir de 2007, o câmbio toma o lugar dos juros como a grande dor de cabeça do setor.
"O cenário tem uma melhora pelo lado dos juros. O que é muito preocupante é o câmbio", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do Departamento de Competitividade da Fiesp. Ele argumenta que mesmo os setores que contam com alguma proteção tarifária estão expostos à concorrência de importados excessivamente baratos por conta da valorização do real ante o dólar. "Um produto que tinha uma proteção de 14%, por exemplo. Hoje essa proteção é negativa, se considerarmos o efeito da valorização cambial", diz.
A alta carga tributária é outra preocupação dos industriais e seria o outro nó a ser desatado para que a economia voltasse a crescer a taxas menos anêmicas do que as dos últimos anos.
O governo costuma acenar com medidas pontuais, como redução de impostos para alguns setores ou com adoção de incentivos que comporiam uma política industrial. O setor industrial, é claro, não rejeita nenhum benefício que torne os negócios mais fáceis, mas pede mudanças mais generalizadas. "Política industrial é importante. Mas nós queremos e preferimos medidas horizontais", diz Josué Gomes da Silva, presidente do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
Medidas horizontais são as que têm impacto sobre todo o tecido industrial: redução de impostos, desvalorização cambial e queda de juros.


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