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Confiança da indústria recua ao menor nível desde 1998
Um terço dos empresários deve cortar vagas, diz FGV
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
Os empresários nunca estiveram tão pessimistas com relação ao futuro. Sondagem da
FGV (Fundação Getulio Vargas) sobre as expectativas da
indústria para os próximos meses aponta para o patamar mais
baixo da série histórica, iniciada em abril de 1995.
Já sobre a situação atual, a
avaliação dos entrevistados é a
pior desde julho de 2003, após
alcançar um pico de otimismo
em junho passado. Os dois indicadores, que já vinham sendo
afetados pela crise econômica
nos últimos meses, compõem o
índice de confiança da indústria, que está no menor nível
desde outubro de 1998.
Com relação ao dado de novembro, houve queda de 11% e,
no comparativo com igual mês
do ano passado, redução de
37%. Aloísio Campelo Júnior,
coordenador da pesquisa, ressalta que, por causa do período
de coleta (1º a 23 de dezembro),
parte dos entrevistados respondeu antes do pacote anunciado pelo governo no dia 11.
"A produção deve mostrar
continuidade do ritmo mais
fraco iniciado em outubro,
quando recuou 1,7% ante setembro", prevê Cláudia Oshiro,
economista da Tendências.
A avaliação dos empresários
sobre a situação dos negócios
nos próximos seis meses é a
pior da série histórica. "Mas as
expectativas são voláteis", afirma Otto Nogami, economista
do Ibmec São Paulo, referindo-se a possíveis mudanças no cenário com o anúncio de novas
medidas em janeiro.
O nível de demanda global,
que vinha caindo desde setembro, igualou-se a julho de 2003.
Já o de estoques chegou ao
mais baixo patamar desde
aquele mês. A pesquisa mostra
que 21% dos empresários consideram o estoque excessivo.
O indicador para a produção
de dezembro a fevereiro é o
menor desde janeiro de 1991, e
o para o emprego, o mais baixo
desde abril de 1999. Nesse quesito, 32,5% dos empresários
afirmam que vão diminuir o
quadro. O maior pessimismo,
diz Campelo, foi verificado em
metalurgia, mecânica e material de transporte, que engloba
montadoras e autopeças.
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