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Cestas de Natal vêm com bolsa exclusiva e mochila

Trabalhadores querem reconhecimento, e não brindes, afirma professor

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

As cestas de fim de ano distribuídas pelas empresas aos funcionários estão mais sofisticadas. Agora, elas incluem produtos duráveis e embalagens térmicas desenhadas por estilistas.

A designer Serpui Marie assina uma das sacolas que serão entregues a 1 milhão de pessoas neste ano. Trata-se da segunda experiência da profissional com a BRF Brasil Foods nessa área. As bolsas de mão de sua autoria chegam a custar R$ 500.

"É um mercado novo", afirma ela, que se diz "encantada" ao ver uma bolsa desenhada por ela sendo usada "na praia, no cotidiano".

As cestas "não têm mais só alimentos", conta Luana Fátima de Souza, 29, gerente corporativa de marketing da CBA, que vende kits para empresas presentearem funcionários. "Colocamos ingresso para cinema e brindes como copos e mochilas."

O que tem acontecido são trocas, diz ela. Para agradar ao trabalhador sem sair do orçamento, as fornecedoras podem incluir uma caixa de bombons e tirar um pacote de biscoitos, por exemplo.

As mudanças, porém, nem sempre são vantajosas. Para Adriano de Carvalho, 31, diretor comercial das Casas Máxima, que vendem cestas, só as embalagens ganharam um toque de sofisticação.

O preço médio dos kits natalinos vem caindo, afirma. "Antes a intenção era dar a ceia para o funcionário; hoje a empresa diz, simbolicamente, 'obrigada, feliz Natal'."

CULPA

O professor de marketing da FGV (Fundação Getulio Vargas) Roberto Raupp diz notar que as companhias buscam "cada vez mais um brinde diferenciado, algo único". "A empresa quer mostrar que vê que o empregado existe, mas isso é um pouco falacioso", ressalva. "Não acredito que melhore um clima organizacional ruim."

Os trabalhadores querem "reconhecimento, e não necessariamente um brinde. [Os kits] servem para expiar uma culpa organizacional, ou seja, 'fiz minha parte, estou dando alguma coisa'."

Hellen Lorenna Amâncio Reis, 23, que trabalha em uma metalúrgica mineira há seis anos, diz receber a cesta da companhia no fim do ano. "É praxe", afirma ela.

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