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Entrevista - Manoel Barral Netto

Academia prepara pessoal para suprir demanda interna

Diretor do CNPq defende que companhias ajudem a formar mais doutores no país

colaboração para a folha

A universidade tem preparado cientistas apenas para suprir a demanda interna. As empresas não colaboram para a formação de doutores.
Em entrevista à Folha, o diretor de Cooperação Institucional do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Manoel Barral Netto, critica a falta de parceria entre a academia e a iniciativa privada e afirma que os recursos governamentais para a formação não são tão distintos quanto os de outros países.
Veja os principais trechos da entrevista. (CM)

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Migração para empresas
Essa migração [de pessoal da academia para a iniciativa privada] é normal. Em países de economia robusta, baseada no conhecimento, cerca de 50% dessas pessoas estão nas empresas. No Brasil, 80% estão na academia.
É como se a universidade apenas repusesse pessoal. O desejável é que tenhamos doutores produzindo conhecimento no setor produtivo.

Deficit
O risco [de esvaziamento da área de pesquisa] existe. Temos que formar mais gente para atender aos dois setores.
Formamos mais de 12 mil doutores por ano. Mas, se comparar o que o Brasil tem de doutores por habitante ou por força de trabalho, o número ainda está muito aquém do dos países desenvolvidos.

Investimento
Os recursos governamentais aplicados em ciência e tecnologia, percentualmente ao PIB, não são tão distintos em comparação a outros países. O que não temos é o investimento do setor privado na área de pesquisa e desenvolvimento como em países desenvolvidos. Normalmente, dois terços desse investimento vêm da empresa privada e um terço do governo.

Ciência sem Fronteiras
O número de bolsas ofertadas para outros países parece grande, mas ele está corrigindo o período em que crescemos muito isolados. Nos últimos 20 ou 30 anos, nossa comunidade e a produção cresceram, mas não a nossa inserção internacional.
A prioridade [para 2012] é a consolidação do Ciência sem Fronteiras [programa federal que prevê a concessão de 75 mil bolsas no exterior em quatro anos em áreas consideradas prioritárias, como ciência e tecnologia].
Temos o objetivo de estimular a cooperação com os países do hemisfério Sul e também com os do continente africano.

Áreas de destaque
Temos força reconhecida nas áreas de agronegócio e pesquisa ambiental e produção nas áreas espacial, de saúde e aérea. Energias de biomassa e renovável e nanotecnologia serão setores atraentes [nos próximos anos].

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