Plano de saúde adia aposentadoria

Permanecer na empresa e conseguir plano de saúde corporativo vitalício ou pedir a aposentadoria e arcar com os custos de um seguro?

Muitos trabalhadores não têm dúvidas ao escolher a primeira opção. Para eles, mais vale adiar o período de descanso do que arcar com cerca de R$ 2.000 por mês -valor médio de um plano individual para uma pessoa com mais de 59 anos de idade.

Por lei, quem ajudou no pagamento do seguro por mais de dez anos -nem que tenha sido com uma contribuição simbólica por mês- tem direito ao benefício vitalício.

Com R$ 279,50, Antonio Colossale, 58, mantém o plano de saúde da montadora na qual trabalhou 21 anos e pela qual se aposentou.

"O custo [de um particular] é muito alto", afirma ele, que tem direito a médicos, psicólogos e dentistas em cidades da Grande São Paulo.

Humberto Torloni, diretor de benefícios da consultoria Aon Hewitt, diz que a prática de adiar a aposentadoria para ter direito ao plano de saúde vitalício tem se tornado cada vez mais comum.

Para quem tem pouco tempo a cumprir na empresa, vale a pena esperar, diz Francisco Bruno, consultor sênior da Mercer, especializada em consultoria de benefícios.

Mesmo que o aposentado tenha de pagar a totalidade do plano -já que a empresa não é obrigada a custeá-lo-, o corporativo é bem mais barato do que um individual com a mesma cobertura.

Na dúvida, ao pedir aposentadoria, o trabalhador tem 30 dias para fazer pesquisa de preço e decidir se deseja ou não permanecer com o seguro da corporação.

RESTRIÇÃO

Entre grandes empresas, 43% subsidiam integralmente o seguro saúde do trabalhador, mostra pesquisa da Aon Hewitt feita no segundo semestre do ano passado com 219 companhias no país.

Pelo estudo, 48% das companhias no Brasil assumem de 50% a 75% dos custos do plano de saúde.