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Inovar é preciso, mas com bom senso

Firula demais na hora de pleitear uma vaga pode ser tão desastroso quanto um currículo com erros de português

Zé Carlos Barretta/Folhapress
O estudante Maycon Ferreira enviou balões às empresas
O estudante Maycon Ferreira enviou balões às empresas

PATRÍCIA BASILIO
DE SÃO PAULO

Diz o ditado: "uma imagem vale mais que mil palavras". OK, a máxima é batida, mas como não lembrá-la ao observar o que alguns candidatos são capazes de fazer -ou melhor, de inventar- para chamar a atenção de possíveis empregadores?

Sem trabalho por mais de quatro meses, o estudante de publicidade Maycon Ferreira, 27, enviou balões às empresas onde gostaria de trabalhar. O currículo seguiu junto, pendurado na bexiga.

A questão é: sua trajetória profissional ficou ofuscada diante de tanta exposição? E ainda: qual o limite entre ser criativo, como pede o mercado, e exceder na ousadia?

Inovar na busca por uma colocação é válido, contanto que o profissional não seja evasivo, afirma Eliane Figueiredo, diretora-presidente da consultoria Projeto RH.

"Fazer palhaçadas ou ficar plantado em frente à empresa, por exemplo, são atitudes ineficazes. É como um currículo com erro de português que acaba sendo desconsiderado no processo seletivo", compara Figueiredo.

VALEU A PENA?

Além de enviar os balões, Ferreira passou um dia na porta das empresas segurando um cartaz. Nele, pedia para que o RH visse os currículos amarrados nas bexigas.

"Como não tive sucesso buscando uma oportunidade de emprego pelo meio tradicional, optei por um caminho diferente", justifica.

Segundo o universitário, das quatro empresas que receberam os balões, três ligaram para agendar entrevista. Nenhuma o contratou. Segundo ele, não havia vagas.

"Consegui fazer com que essas companhias me enxergassem como profissional", acredita Ferreira, que foi recentemente contratado pelo Itaú-Unibanco. Dessa vez, pela via tradicional -uma empresa de recrutamento.

Para Ricardo Barcelos, gerente-geral da consultoria de recursos humanos Havik, iniciativas como a do estudante de publicidade costumam não dar certo devido ao excesso de exposição pessoal e à necessidade de exibição do próprio trabalho.

"Não basta ficar com uma plaquinha na frente da empresa, é preciso mostrar o que sabe fazer", destaca o executivo.

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