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Na rede particular, negócio é coisa séria

Além de ensinarem a gerir empresas, escolas privadas organizam feiras de empreendedorismo para os alunos

DE SÃO PAULO

De longe, a cena parece a de uma típica aula dos ensinos médio ou fundamental, com canetas, borrachas e cadernos sobre as mesas, e os estudantes papeando ou fazendo perguntas ao professor.

De perto, a disciplina apresenta-se nada convencional: empreendedorismo.

No Colégio Renovação, na zona sul da capital paulista, além de receberem orientação vocacional, os alunos do ensino fundamental são incentivados a escolher entre trabalhar para alguém ou ser empresário.

Nas aulas, matemática e português dividem espaço com gestão de pessoas, organização e finanças. No final da disciplina, um desafio: criar um projeto de negócio e administrar uma empresa durante uma feira de empreendedorismo.

"Os alunos vão mais maduros para o mercado de trabalho", afirma Claudia Baratella, vice-diretora do colégio.

A estudante do 1º ano do ensino médio Karina Boratino, 15, participou da feira no ano passado. Seu projeto era uma loja de biscoitos.

A experiência, diz, fez com que ela tivesse mais visão de mercado. "Temos que pesquisar o que as pessoas gostam e compram. Vi que bolacha não dá certo", avalia ela, que planeja estudar gastronomia e abrir um restaurante.

Para a mãe da estudante, Márcia Boratino, 43, as aulas fizeram com que sua filha amadurecesse e valorizasse mais o dinheiro. "Hoje, ela pensa duas vezes antes de tomar qualquer decisão", diz.

SUCESSO NA ESCOLA

Na Escola Internacional de Alphaville, a disciplina é semelhante à do Colégio Renovação, só que é destinada aos alunos do ensino médio.

Durante as aulas, ministradas em inglês (a escola é bilíngue), os alunos trocam experiências e discutem o tema com o professor, que traz casos reais de empresas e números do mercado.

Nos planos de Cristiana Oliveira, 15, estudante do 1º ano do ensino médio, estão fazer faculdade de publicidade e abrir uma agência. As aulas de gestão, afirma, ajudaram a confirmar esse desejo.

"Descobri que o sucesso de uma empresa depende não só do empresário mas também de toda a equipe."

Nem todos os alunos gostam da ideia de empreender. Paula Carvalho, 14, por exemplo, "desistiu" por conta das dificuldades em gerir sua loja de bijuterias na feira da escola. "Trabalharia menos se fosse funcionária", acredita.

Para oferecer uma visão realista ao aluno, a consultoria PwC (PricewaterhouseCoopers) mantém parceria com nove escolas brasileiras que promovem um projeto de empreendedorismo. Nelas, os alunos criam uma empresa e se organizam em cargos.

"A experiência estimula o jovem a ser um profissional mais completo. Ele aprende a importância do planejamento e da organização e a lidar com dificuldades", diz João César Lima, sócio da PwC.

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