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Classe C embarca na onda do intercâmbio cultural

Alunos da rede pública estudam fora com o incentivo de governos estaduais

THAÍS MOREIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Até pouco tempo atrás, fazer uma viagem ao exterior como um complemento educacional e cultural era comum só entre jovens de famílias de alto poder aquisitivo.

Para mudar essa realidade, os governos de alguns Estados, como São Paulo, Pernambuco e Espírito Santo, estão investindo em lotes de intercâmbios para distribuir entre alunos da rede pública que tenham, no mínimo, 15 anos de idade.

Karoline Moreira, 18, foi uma das beneficiadas. Selecionada pelo Programa de Intercâmbio Cultural do Centro Paula Souza, autarquia do governo paulista que administra as Etecs (escolas técnicas) e as Fatecs (faculdades de tecnologia), a jovem passou o mês de maio em Chicago (EUA) na casa de uma família com todas as despesas pagas -o que inclui gastos com passagem aérea e transporte, além de ajuda de custo de US$ 400 (cerca de R$ 800). "Foi uma oportunidade maravilhosa. Logo que voltei, consegui meu primeiro emprego com carteira assinada como agente bilíngue", diz.

O projeto, que é intermediado pela STB (Student Travel Bureau), tem uma abrangência restrita. Em sua segunda edição, foram selecionados cem professores e 500 adolescentes -o equivalente a 0,17% do total dos 285 mil alunos que estudam no centro e que podem participar do programa. Para ser selecionado, é preciso ter notas altas, ser um aluno frequente e não ter advertências ou penas disciplinares.

Simone Ramos, coordenadora do programa e de projetos de língua inglesa da Fatec, diz que o objetivo, além da capacitação no idioma, é formar profissionais com cultura abrangente.

PERNAMBUCO

Em Recife, Darielly Vasconcelos, 16, filha de um funcionário público e de uma dona de casa, prepara-se para embarcar para os EUA no próximo mês pelo programa Ganhe o Mundo, lançado no fim de 2011 pela Secretaria da Educação do Estado.

A iniciativa, que leva estudantes para cursar parte do ensino médio em países de língua inglesa, foi ampliada e agora oferece vagas para quem quer aprimorar o espanhol. Neste ano, 1.040 alunos vão estudar em países como EUA, Canadá, Nova Zelândia, Argentina e Espanha. "O programa traz visibilidade ao Brasil e acelera o processo de internacionalização", diz Aurélio Molina, coordenador do Ganhe o Mundo.

Victor Hugo Baseggio, sócio da Central de Intercâmbio, que já viabilizou a ida de alunos desses programas, conta que o modelo foi inspirado em países como Espanha, Tailândia e Alemanha. "A experiência gera negócios como a inserção de produtos brasileiros lá fora e, quando chegam ao mercado, os profissionais aplicam os conhecimentos adquiridos."

No Espírito Santo, o programa de intercâmbio, lançado em 2009 para seis alunos, ganha força. Neste ano, 27 estudantes viajarão para países como Canadá, África do Sul e Nova Zelândia.

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