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Jovens se interessam por robótica

Busca pelo curso aumentou em colégios particulares; 1 milhão de estudantes já participaram

FELIPE GUTIERREZ
DE SÃO PAULO

Com dez anos de idade, Lucas Paz programa robôs para que eles reajam ao toque humano ou a movimentos. Ele pode construir engenhocas que vão para frente ou para trás e que até tocam músicas. O garoto é um dos alunos do curso de robótica do Colégio Magno, em São Paulo.

Lucas faz parte de um grupo de estudantes dos ensinos fundamental e médio das escolas particulares e públicas que já teve contato com robôs -não necessariamente na forma humana, como manda o imaginário, mas como máquinas e engenhocas com as mais variadas composições.

De 2003 para cá, cerca de 1 milhão de estudantes da rede privada já utilizaram esses componentes em aulas de robótica, diz Renato Ramos, 26, gerente educacional da empresa Zoom, que é o braço da Lego para soluções de aprendizagem e que comercializa materiais para as aulas de robótica nas escolas.

Ele afirma que, no primeiro semestre deste ano, o número de alunos atendidos cresceu 28% em relação ao mesmo período de 2011.

O professor de robótica Edson Davi Ferraz também notou o crescimento: "Eu comecei a dar aulas em 1994 para 30 alunos. Hoje, tenho 860".

Segundo Ferraz, trata-se de um curso "para meninos - sem nenhum tipo de preconceito, claro".

Mas há garotas que se interessam pelo assunto. Stephanie Baron, 13, também aluna do Magno, é uma delas. Ela diz que é a única em sua sala que faz o curso extracurricular. Para Stephanie, a disciplina a incentiva a raciocinar, pois é preciso "entender como arrumar as peças ou programar."

É o mesmo que afirma Henrique Chajetas, gerente da Modelix, empresa que fornece materiais para os cursos.

Para ele, o objetivo da robótica não é só aprender a construir as engenhocas ou programá-las mas também a reforçar o raciocínio e o trabalho em grupo, além de ser uma ferramenta que pode ajudar em outras disciplinas -o conceito de velocidade média da física, por exemplo.

Aulas de robótica são ministradas em alguns colégios como disciplina extracurricular (como nas escolas La Salle e Adventista, de Brasília) e, em outros, na grade de matérias obrigatórias (caso do Colégio Prisma, de Osasco). O custo anual por aluno fica em torno de R$ 820, diz Chajetas. São 40 aulas por ano.

O tema não agrada a todos. "O curso serve para duas coisas: permitir que o aluno note que aquela não é a 'praia' dele ou para que perceba uma aptidão inata", diz Laez Barbosa Fonseca, 51, assessor pedagógico do colégio São Luis.

Segundo ele, muitos dos que vão bem optam por cursos superiores de áreas como engenharia.

"Alunos de robótica têm mais interesse pela carreira de engenharia, mas não sei se eles se interessaram por isso pelo perfil ou se passaram a ter o perfil depois das aulas", afirma Myriam Tricate, 70, diretora do Magno.

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