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Empresas facilitam recolocação

Serviço de "outplacement" é contratado por companhias que auxiliam funcionários demitidos

DE SÃO PAULO

Marcelo Bravo, 44, ficou 20 anos em uma mesma empresa até sair, em dezembro de 2010. Naquele mês, começou a ser atendido por uma consultoria de "outplacement".

Esse é um serviço que o empregador que está desligando o funcionário contrata e oferece como parte do pacote de benefícios da demissão.

A nova rotina do executivo incluía avaliações, conversas com um tutor sobre mercado de trabalho e sobre como construir uma rede de contatos profissionais ou como planejar a gestão financeira sem saber ao certo quando se voltará a ter uma renda fixa todos os meses.

Na consultoria, Bravo tinha acesso a escritório com computador e telefone.

A empresas de "outplacement", assim como as consultorias de carreiras, não são pagas para buscar vagas, ressalta Cláudia Monari, diretora da Career Center.

O programa para desligados tem três etapas: avaliação do profissional, preparação para que ele comece a procurar uma colocação e, finalmente, as tentativas de encontrar uma vaga.

No caso de Bravo, a recolocação demorou três semanas. "Continuei frequentando [a consultoria] porque as palestras eram bacanas."

O tempo que ele passou desempregado foi curto, diz Márcia Arcoverde, da empresa especializada em "outplacement" Mariaca. Ela ressalta que a média para executivos é de quatro meses, mas isso depende do empenho do profissional.

O tempo para a recolocação muda de acordo com o momento da economia, diz Cláudio Garcia, presidente para a América Latina da LHH/DBM.

NÍVEIS DE CARREIRA

As empresas de "outplacement" oferecem diversos serviços, que variam de acordo com a posição do profissional. Aos de nível operacional é dado um workshop de um dia. Para os intermediários há programas de três meses, cujos custos para as empresas variam entre R$ 5.000 e R$ 8.000.

No caso dos altos executivos, o mais comum é encontrar programas de seis meses. Os serviços para esses profissionais são mais caros. O preço geralmente é uma porcentagem do salário anual que o executivo recebia na empresa que o demitiu.

Profissionais que passaram por programas como esse dizem que o ambiente é propício para as pessoas trocarem dicas e experiências.

Mauricio Brito de Souza, 45, executivo de indústrias têxteis, foi auxiliado por uma empresa de recolocação no ano passado. Souza conta que o contato com outras pessoas na mesma situação foi o melhor do processo.

"Eu poderia saber de uma vaga que não me interessava porque não era no meu setor, mas que poderia ser boa para alguém que estava lá."

Algumas empresas também oferecem palestras de consultores, especialistas em recursos humanos que caçam talentos para as corporações (os chamados "headhunters") e de profissionais que já passaram pelo serviço de "outplacement".

Para Pedro Baleeiro, 47, da área de TI, que durante dois meses frequentou um escritório de "outplacement", as palestras foram o ponto alto, por o terem obrigado a repensar o que queria da carreira.

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