'Disputei vaga com aluno de engenharia'

Felipe de Araújo Faria, 21, escolheu o curso tecnológico em eletrônica automotiva porque queria uma trilha rápida para o mercado de trabalho. Para isso, porém, teve de enfrentar caminho árduo.

Quando decidiu fazer o ensino médio em escola técnica, começou a acordar às 5h, marmita a tiracolo, e a viajar de ônibus por duas horas. Ao entrar na graduação, passou a ir de moto, diariamente, de Guarulhos, onde trabalha, a Santo André, local em que estuda. Ele mora em Mauá, e a cada 14 dias roda 1.000 km.

"Fui fazer entrevista [...] e não queriam me contratar porque eu morava longe. Mas meu chefe atual disse: 'Pode trazer porque eu quero conversar com esse menino'."

Faria disse que a empresa dá preferência nos estágios para alunos de engenharia, mas que conseguiu a vaga por causa do conhecimento técnico que tinha acumulado.

Ao concluir o estágio, foi contratado pela mesma companhia, uma multinacional que atua na cadeia automotiva. O salário subiu "muito".

Os líderes o incentivam a estudar. Faria quer começar engenharia depois de terminar o tecnológico. "Quero fazer outra faculdade, aprender inglês e alemão. Tenho um monte de planos."