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sua carreira
Regulamentação restringe turismo a graduados na área
Se aprovado, projeto de lei criará condicionantes para trabalhar no setor
TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Nada de trabalhar em um
quiosque à beira-mar ou de
rodar o mundo em busca de
destinos paradisíacos.
Muitos dos profissionais da
área de turismo não viajam
constantemente -aqueles que
o fazem percorrem escritórios
de agentes bem longe da praia.
Mas, para quem está disposto
a trocar bermuda e chinelos
por terno e gravata, o mercado
promete boas oportunidades.
Dados recentes do WTTC
(Conselho Mundial de Viagem
e Turismo) apontam que, em
2007, o setor gerará R$ 184,5
bilhões em atividade econômica e será responsável por 1 em
cada 15,5 empregos no Brasil.
No entanto, aos que atuam
no setor e nunca freqüentaram
o banco de uma faculdade de
turismo, hotelaria ou similar,
as perspectivas são menos animadoras. Um projeto de lei que
está em tramitação no Congresso prevê a regulamentação
da profissão de turismólogo.
A proposta, que já foi aprovada em diversas comissões do
Senado e da Câmara, tem o objetivo de aumentar o nível de
profissionalização do setor.
Para isso, o projeto estipula
que seguirá no ramo só quem
exibir diploma em alguma faculdade da área ou quem puder
comprovar atuação como turismólogo há mais de cinco anos.
Profissionais de turismo, porém, estão reticentes. A coordenadora da área no Senac,
Priscila Izawa, por exemplo, diz
que a profissionalização do setor já "vem ocorrendo" e "não
passa pela regulamentação".
Segundo ela, as atividades
desse profissional são muito diversas -o que torna a fiscalização da profissão complexa e pode comprometer a eficácia da
possível lei. "Não adianta criar
regulamentação e não conseguir fiscalizar", afirma.
"Não acredito que a "reserva
de mercado" seja a solução", reforça Mariana Aldrigui, presidente da Associação Brasileira
de Bacharéis em Turismo em
São Paulo. "Fechar o mercado a
quem se formou na área e nunca mais se atualizou trará conseqüências ruins", completa.
Mar à vista
Alheio às discussões sobre
regulamentação, o gerente da
CVC Roberto Vertemati, 34,
diz que nunca teve dúvida de
que trabalharia com turismo.
"Sempre gostei de organizar
viagens, tinha facilidade. Elaborava roteiros para parentes
vizinhos e amigos", conta.
Formado em turismo pela
ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes), Vertemati chegou a trabalhar com planejamento turístico para o governo
do Estado paulista, mas, logo
depois de graduado, migrou para planejamento de destinos.
Quanto à possibilidade de
viajar, ele não pode reclamar.
Chega a cumprir até três destinos diferentes por semana.
Mas alerta para o fato de que
"turismólogo não é turista".
"Passo a maior parte do tempo em viagens visitando agentes em centros urbanos e oferecendo novos pacotes", ressalta.
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