UOL


São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

Próximo Texto | Índice

MAIS DE MIL VAGAS NAS FÉRIAS

Trabalhos temporários valorizam currículo

Bernardo Soares/Folha Imagem
Aula na The Kids Club, que vai contratar monitores e professores


TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do clima frio, as férias de inverno podem representar uma oportunidade eficaz de dar uma "aquecida" no currículo.
O período concentra um bom volume de oportunidades de trabalho temporário, que, embora não sejam tão expressivas quanto as existentes nas férias de verão, implicam renda extra e podem até desenvolver aptidões relevantes para o desempenho profissional.
E, se você você é daqueles para quem trabalho temporário ainda é sinônimo de "bico", é hora de rever sua opinião. De acordo com os especialistas, esse tipo de experiência pode ser adotado como estratégia para chegar às metas traçadas no plano de carreira.
"É uma solução eficiente para quem está em busca de recolocação e quer estreitar os laços com o mercado", comenta Fabiana Atanes, 27, consultora de "outplacement" (recolocação) da Manager. Segundo ela, o ideal é que a atividade escolhida não seja distante da área profissional do candidato.
"Um estudante de educação física, por exemplo, não deve atuar como temporário de uma representação comercial. Por outro lado, pode ser realmente positivo acrescentar ao currículo uma experiência como recreador", diz.
O mês de julho concentra, principalmente, oportunidades relacionadas a lazer, recreação e atendimento ao público. É também uma época que gera contratações para eventos sazonais, como a temporada de inverno no município de Campos do Jordão (SP).
Das mais de 1.000 vagas existentes para o período levantadas pela Folha, cerca de 600 estão relacionadas às atividades sazonais de inverno. Parques de diversões, como Hopi Hari, Playcenter e Parque da Mônica, também ampliam seus quadros para dar conta do aumento na visitação. Empresas de lazer e promoção, assim como escolas de idiomas, completam a lista de contratantes.
Na opinião dos especialistas, entre as opções existentes nesse leque, as atividades que lidam diretamente com o público representam experiência válida para profissionais de diversas áreas.
"Trabalhar como promotor, tendo de abordar diretamente a clientela, é uma forma de aguçar qualidades como iniciativa e jogo de cintura, muito bem cotadas pelo mercado de trabalho atualmente", avalia Sílvia Trindade, 29, da consultoria Adecco Top Services.
Já a monitoria de recreação pode ser uma maneira de desenvolver o espírito de liderança e a capacidade de trabalhar em equipe, completam os consultores.
"Além disso, o trabalho com lazer tem a qualidade de não ser uma atividade geradora de sobrecarga. É trabalho, mas é também uma espécie de hobby", completa Renata Tavolaro Schmidt, consultora do Grupo Foco.
Aumentar a rede de contatos, acrescentando potenciais empregadores à agenda, é o maior benefício gerado pelo trabalho nas férias. "É uma forma de ampliar o networking", diz Schmidt.

Possível contratação
Em algumas empresas, os profissionais selecionados para integrar a equipe temporária de férias são candidatos à efetivação.
É o caso da rede de lojas World Tennis, que vai incluir cem novos profissionais nos seus quadros no mês de julho e pretende aproveitá-los, de acordo com o desempenho, no organograma definitivo.
Nas unidades da The Kids Club, rede de ensino de inglês para crianças, monitores de recreação e professores que reforçam a equipe durante as férias são observados de perto pelas diretorias.
"Estamos sempre em busca de pessoas eficientes. Se o temporário mostra um bom serviço, é possível que se torne um integrante do nosso quadro. Ou, pelo menos, que seja convidado a atuar novamente em outras temporadas", diz Carla Mourão, proprietária da unidade Morumbi, que contratará cinco professores em julho.

Colaborou Bruno Lima, free-lance para a Folha

Próximo Texto: Maior parte das vagas é informal, diz associação
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.