São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2004

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SUA CARREIRA

Pesquisa mostra que adaptação da família define sucesso da promoção internacional

37% de expatriações de executivos fracassam

DA REDAÇÃO

Eles recebem uma promoção global e vão dirigir equipes em outros países. Mudam toda sua organização familiar, fazem as malas, partem. Mas nem sempre a empreitada dá certo. De acordo com uma enquete inédita, de autoria da rede de escolas de idiomas Berlitz, enviada a 300 executivos de grandes empresas entre os meses de abril e maio deste ano, 37% das operações de expatriação atuais fracassaram.
Há muitos fatores envolvidos nesse tipo de mudança, e a adaptação, tanto do executivo como da família, a documentação e a fluência no idioma apareceram na enquete como alguns dos principais desafios do processo.
Como a maior parte dos profissionais que recebe esse convite é casada (62%, segundo levantamento do GMAC Global Trend Study, empresa de "relocation" -especializada em acomodação de executivos expatriados), a adaptação da família passa a ser peça-chave da operação.
"Enviamos um questionário ao executivo e outro ao cônjuge, depois conversamos com os dois para saber do que gostam de fazer. É fundamental que o outro se mantenha satisfeito e ocupado, principalmente quando a viagem implica o abandono da carreira", analisa Greg Junkis, 37, coordenador do estudo do Berlitz e do programa Cross Cultural, de treinamento de executivos.

Peso família
Guilherme Cavalieri, diretor de RH da farmacêutica Boehringer Ingelheim, que tem atualmente três expatriados na matriz alemã, confirma essa preocupação.
"Antes da mudança definitiva, o profissional vai com a mulher ou o marido à Alemanha e, durante uma semana, têm contato com a cultura do local em que irá trabalhar. Além disso, participa de um treinamento em que fica sabendo o que é aceitável, o que não é, como é viver naquela cidade, quais as dificuldades que vai encontrar, dicas operacionais do dia-a-dia."
Na Bosch, a preparação inclui a volta do executivo ao Brasil. "Procuramos prever uns quatro anos antes da viagem quem tem o perfil para ser expatriado, quanto tempo vai ficar e o que fará no retorno", explica Silvia Jacoby, gerente de transferência internacional de pessoal. "Dificuldades eles sempre terão, é natural e esperado. Mas a tendência é adaptar-se e até introduzir um pouco da cultura em sua personalidade", conta.
Outra observação do levantamento do Berlitz diz respeito ao destino dos brasileiros. Hoje, EUA, Alemanha, Suíça, México e Reino Unido concentram 68% dos expatriados. Mas, numa projeção para 2005, as empresas já apontaram a China como terceiro principal destino. (PAULA LAGO)


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