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Vagas visam ao candidato 100% pronto
Imediatismo faz empresas buscarem o tipo "Super-Homem", diz consultor
DE SÃO PAULO
Se as empresas se queixam
da baixa oferta de profissionais qualificados, há quem
aponte que elas estão sendo
exigentes demais em seus
critérios de seleção.
Segundo Gil Van Delft, diretor da consultoria Page
Personnel, o crescimento
econômico é, em parte, responsável pela situação.
"As organizações têm
pressa em contratar e buscam um profissional que
esteja 100% pronto, o tipo
Super-Homem", pontua.
Ou seja, alguém com diploma de instituição renomada, dois idiomas estrangeiros, experiência no mercado e múltiplas habilidades
comportamentais, como capacidade de comunicação,
liderança e proatividade.
Nesse cenário, contudo,
as opções ficam reduzidas.
"É preciso flexibilizar e buscar alternativas para médio e
longo prazos", assinala Fernando Mantovani, diretor da
consultoria Robert Half.
A Totvs, especializada em
softwares de gestão, percebeu a necessidade de ser maleável em relação a certos requisitos. Lá, idiomas estrangeiros são exigências para
muitas posições, mas não há
objeção quanto ao nome da
instituição em que o candidato cursou a graduação.
"O importante é ter pessoas que queiram "carregar o
piano" conosco", diz Maria
de Fátima Albuquerque, diretora de relações humanas.
Dessa forma, justifica, a
empresa não sofre com carência de mão de obra.
AULA NA EMPRESA
A gerente de recrutamento
e seleção da Andrade Gutierrez, Monalisa Trouquim, diz
que a empresa também abre
mão de um requisito técnico
quando a seleção fica difícil.
A sugestão de Felipe Calixto, diretor-presidente da fabricante de software Sankhya, é que o mercado se engaje
na preparação de pessoal.
A empresa criou sua própria
universidade corporativa.
"A qualificação aumenta a
competição entre os profissionais e evita a inflação dos
salários", afirma.
Eduardo Pelegrina, diretor
de RH da Itautec, concorda.
Para ele, a formação deve
envolver também características comportamentais.
"É mais complexo, mas
não impossível." Ele indica
"feedback" e "job rotation"
(rotatividade entre as funções) como ferramentas.
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